Amor Meu

O amor é uma faca de dois gumes. Uma incógnita, um paraíso, um inferno, um abismo, um ninho...Tem variadas formas, diferentes contornos e diversos conteúdos.

Este sentimento é complexo? Ou será que nós estamos, diariamente, confundindo o amor com outros sentimentos? Será que quando amamos alguém e este sentimento nos faz tristes, não estamos confundindo o amor com "insegurança", "medo de recomeçar" , "comodismo" ou até mesmo com "auto punição"?

Será que quando mergulhamos no abismo de perdas e desgastes emocionais, não estamos confundindo amor com paixão? Quando eu era adolescente compreendia melhor o amor. Sempre repetia que " amar é conhecer os defeitos do outro e aceitar " sem querer moldar o outro e me sentindo feliz com aquele pacote de qualidades e defeitos do lado. Vendo por esse lado fica fácil identificar o que é amor: Se o outro possui defeitos que não te provoca tristeza, então você aceita estes defeitos e se você aceita sem sentir-se mal por isso, então, "eureka" você achou o amor!!!!! Ou isto era uma doce visão de adolescente ou eu ainda não amei ninguém...

Eu sempre acabo encontrando no outro defeitos que não me fazem bem, que me fazem perder o chão, defeitos que eu quero moldar, mudar, coisas que eu contesto, bato de frente e por fim...Parece que somente eu me desgasto, porque o outro me olha com "cara de paisagem" e parece nem perceber meu abismo debaixo de meus pés.

O amor tem fama de calmaria, mas, na minha vida tenho sentido muitas tempestades. Talvez eu só tenha encontrado paixões, este sentimento louco, que rouba forças e anula almas. A paixão tem esta fama mesmo: Furacão! Se depois da tempestade vem a bonança, logo depois das apaixonites deve vir o amor...Pensando bem, a paixão deveria chamar-se " apaixonite " pois tem efeito de patologias como amigdalite, bronquite e estas "ites" que debilitam o organismo...E como diz o poeta " no fim tudo dá certo, se ainda não deu certo, ainda não chegou o fim ".