A volta dos que não foram

Ao iniciar esta humilde croniqueta, lembrei dos tempos dos cinemas, lá pelos anos de 1970/80, que eram quase a principal atração em muitas cidades, quando brincávamos com estas expressões:

- Hoje em cartaz, “a volta dos que não foram”.

Outros diziam: - em cartaz: “as tranças de um careca”; “poeira em alto-mar”; etc e tal.

Hoje em dia, vez ou outra, essas expressões surgem por aí. Muito raramente.

Então! Neste texto pretendo focar em “a volta dos que não foram”.

Quantas pessoas, quantas coisas, quantas situações, que a gente pensa que se foram... de repente estão de volta, sem nunca terem ido. Parece uma loucura.

É o que aconteceu com um inimigo invisível, denominado “covid-19”, que, no ano passado, muitos de nós estávamos comemorando a sua ida para bem longe da esfera da humanidade, ou seja, para um lugar que não existe, porque nenhum lugar dos universos merece um inimigo desse.

Grande quantidade de humanos passou a lotar as vias públicas, os estádios desportivos, as casas de diversões, as praias, os shopping center etc..., desprezando o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento seguro entre as pessoas.

Quando achávamos que as coisas estavam se normalizando, podendo todos voltarmos aos abraços, às convivências mais frequentes, aos carnavais, etc..., logo está de volta, sem nunca ter ido, o detestável “inimigo invisível”, agora trazendo consigo variantes, subvariantes, o escambau. (Ah, me veio à lembrança as variantes da volkswagen, nos anos setenta do século passado. Eita, carrinho supimpa! Hahaha...)

Agora, vêm as vacinas de reforço e a vacinação de crianças, além de muitas discussões e polêmicas costumeiramente envolvendo a situação. Eita!

Sem contar que as arrogâncias, a falta de respeito, o preconceito, o escambau, nem chegaram a dar sinais de ida. Continuam ainda ocupando o espaço indevido, porque essas atitudes não cabem em lugar nenhum.

Quem sabe se essas atitudes nefastas para a humanidade fossem embora de vez, ou seja, sendo eliminadas permanentemente dos corações humanos...

Ou pelo menos nos esforçássemos, em cada dia, sermos mais fraternos, tentando domar as más inclinações que ainda carregamos...

Quem sabe seria uma passagem “somente de ida” para esses inimigos terríveis, que voltaram sem nunca terem ido...

Yé Gonçalves
Enviado por Yé Gonçalves em 11/02/2022
Reeditado em 11/02/2022
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