Parte 1: A DIFÍCIL ARTE DE RECOMEÇAR

Quando decidimos nos casar, o normal é ser uma decisão pensada. Claro que tem todas as emoções envolvidas que nos impede de enxergar alguns pontos bem importantes. O fator idade e maturidade também pesam muito.

Digo até na questão de experiência de vida mesmo. Muitas meninas têm até idade para esse compromisso, mas são imaturas na vida. Só conhecem aquele mundinho em que são colocadas.

Dizem que hoje isso não existe mais, mas existe sim. Romantizamos muito ainda o fator ter um marido e estar casada.  

Segundo me consta, no meu coração e de muitas que ouço, não casamos para separar, quando isso acontece é uma sensação mito rim de fracasso. Trabalho não cumprido e a luta pela culpa desse fim é muito pesada. Já que aprendemos que a mulher é a que segura a família unida. Mas não vamos falar desse ponto hoje.  

A dor do fim de um casamento é muito conhecida, existe aí dois extremos que nos cabe hoje pensar sobre eles. Digo deles porque são os que mais chegam a mim para tratar do assunto. Então vou me ater aos dois.  

Um deles é o pegar geral. Depois que a mulher se separa, ela coloca na cabeça que precisa namorar o maior número possível de moços até que encontre o tão sonhado amor. Já dedicaram tudo e agora querem curtir. Dentro dessa mesma situação vem um complicador chamado tempo de cicatrização.  

Toda ferida aberta precisa ser cuidada. Se ela se fecha sem tratamento adequado só vai ter aparência de boa cicatrização e na maioria das vezes uma aparência bem feia de ver. Em qualquer encostada ela volta a se abrir e fica pior que antes. Assim também são nossas emoções.

As disfarçamos chamando o outro de amor, publicando em redes sociais fotos de aparente felicidade, gritando ao mundo “esse é o presente de Deus”. Mal sabendo que Deus nem sabe ainda disso.  

Não dá tempo para refletir, não consegue aquietar o coração e começar a avaliar, onde errei, onde erraram comigo e onde erramos juntos. O que eu preciso mudar dentro de mim para um novo relacionamento.  

Eu sei que pensar dói, mas é preciso começar a se conhecer para depois conhecer outro. Ver aquilo que não te agrada para poder saber se vai suportar isso no outro ou não.  

O outro lado da moeda é aquela que nunca mais voltam a se relacionar, como se todos os casamentos fossem iguais. Todas as outras pessoas fossem fazer com ela o mesmo que aconteceu antes. Ou até ela mesma fosse ter o mesmo comportamento sempre.  

Ficam sozinhas tempo demais para admitir que deveriam ter recomeçado. Se esquecendo que vamos sim envelhecer e temos o direito de reencontrar o caminho do amor a dois. Cuidam de netos, até o dia que se cansam ou olham para outro de forma diferenciada. 

 

A minha impressão é QUE a mulher vive nos extremos da vida, ela presta pouca atenção (onde deveria arregalar os olhos) ou enxerga demais onde deveria apenas olhar.

E quando precisa de sua maior atenção para não errar nós fechamos os olhos e damos desculpa para apaixonar. Se é por isso tudo que somos mulheres não sei, apenas sei que a vida tem tanta coisa linda a ser vivida e por um erro caímos em situações tão complicados de sair e nos tornamos apenas uma mulher esquecida de nós mesmas, à espera de um susto nos acordar e nos fazer enxergar a vida além dos sofrimentos que insistimos em estar.  

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 14/02/2022
Reeditado em 15/02/2022
Código do texto: T7452007
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