Parte 2: CASAR DE NOVO?

Tenho falado um pouco mais sobre recomeços, até porque tem sido minha realidade. Depois do divórcio agente começa ajeitando as coisas internas, passa por todo processo de culpa, de choro e um tempo até sem vida. Depois, nos despertamos, com ajuda de família, amigos e vem uma nova possibilidade.  

Quando os filhos vão ver o pai e parece que não temos mais função. Ficamos perdidas dentro de casa e sair dali parece que vai fazer falta a nossa presença. Vai que voltam, vai que precisam de nós e não estamos.  

Insistir em sair desse casulo nos faz muito bem, trocar a roupa de domingo jogada na cama e ir a vida de novo. Passear sozinha pelo shopping, refazer amizades perdida naquele casamento anterior.

Eventos da igreja, da comunidade e até mesmo novos eventos que nunca pensou em poder ir. 

Nessa tentativa de sobreviver aos primeiros meses só, aparece muita coisa que não vale a pena. E algumas que merecem um olhar mais apurado.  Ciladas surgem como areia aos pés e gente dando pitaco parece fumaça a incomodar os olhos.  

Diante desse cenário novo da minha caminhada, passei um bom tempo olhando a mim mesma, me reencontrando em tantas coisas perdidas e em tanta confusão que havia gerado. Meus erros se tornaram claros aos meus olhos. Minha postura tinha virado pó. Me reconhecer naquele corpo perdido no espaço foi muito complicado. E confesso aparece mais confusão ainda se a gente não se cuidar. Sua fragilidade é visível, seu desespero parece gritar. 

O tempo não demora tanto se organizar se tivermos ocupada em nos proteger dos abutres e nos concentrando nos cacos do chão de nossas emoções.  E vem nascendo novos começos. Jesus não nos esquece no meio desse turbilhão.  

Decidir casar de novo não é fácil, mas possível. Tem mulheres com muita facilidade nessa jornada. Elas parecem não ter medo de colocar outra pessoa dentro de casa, não leem os sinais deixados e vão ficando de novo em um relacionamento tanto quanto ou pior que o anterior. E me pergunto sempre, que facilidade é essa de errar o alvo.  

Vão vivendo um dia sobre o outro no peso da angustia de novamente ter dado errado, ainda costumam dizer que tem dedo podre. Não é o dedo, são seus sentimentos que estão todos entrelaçados na carreira por não ficar sozinha. Colocam filhos e suas próprias vidas em mãos que jamais te mereceram.  

Para piorar a situação recentemente fiquei sabendo de uma nova modalidade de encontro. Jamais imaginei que isso fosse verdade em pleno século XXI. Ou é imaturidade demais ou confiança demais na sua intuição feminina. A mulher conhece o homem pela internet, ali se falam e convivem e só vão se conhecer no dia do casamento.  

Segundo me contaram é para não correr o risco de terem relações sexuais antes do casamento, uma forma de preservação. Me diga se isso é possível? Pode sim haver essa escolha, mas se você não dá conta de segurar seus próprios instintos vai dar conta de que mais?  

 

A decisão do segundo casamento é muito mais difícil que a primeira, na minha idade disponível? ou ficou solteiro porque exigia demais ou está separado com filhos, como eu. Então, entre muitas coisas que chegam ao seu ouvido você vai por eliminação, aquilo que menos desagrada sua existência e o que mais você consegue conviver.  

Algumas coisas para mim são inegociáveis. Então meu olhar precisa estar atento a isso, não abrir mão daquilo que amanhã vai trazer confusão. Não adianta estar com alguém que não sei como conviver.  

Precisamos abrir concessão, mas também não posso abrir mão daquilo que sei que não vou dar conta. Então a observação é meu melhor padrão de escolha. Orando sempre, buscando de Deus em Cristo direção e sentindo também no tocar das mãos se haverá ligação.  

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 16/02/2022
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