SEM MEDIDA II

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

O esquema sem medida também chega às farmácias e drogarias.

Há farmácias e drogarias partilhando os remédios em cartelas para vender mais caro. Uma cartela de comprimidos que parece mais barato pode sair ainda mais caro.

Facilita para quem não possa adquirir uma caixa de certo produto, mas você sempre sai perdendo.

 

A conversa de que genéricos são iguais aos não genéricos, não é verdade.

É preciso estar atento, porque muitas vezes podem não atender ao indicado pelo seu médico.

Fui comprar um remédio para dor e descobri que o preço era mais acessível porque o medicamento não continha os mesmos miligramas exigidos pelo médico.  De setecentos e cinqüenta miligramas caía para quinhentas.

 

E a redução de quantidade já chegou aos comprimidos, xaropes, pomadas e produtos de higiene pessoal (como desodorantes e cremes dentais, por exemplo).

 

Outro dia uma senhora dizia:

- O meu remédio não aumentou em dois meses, isso é raro.

Eu disse a ela:

- Não se iluda. Deve ter reduzido a quantidade.

E era verdade. Antes trinta comprimidos e agora são apenas vinte.

 

Antes de ir à farmácia, avalio quanto de remédio preciso comprar para atender a prescrição. às vezes, sairá mais barato comprar a caixa, ainda que sobrem alguns comprimidos, do que adquirir cartelas separadas.

 

Eu verifico todos os detalhes e o atendente às vezes me acha irritante.

A validade, os miligramas, conteúdo das embalagens, pesquisa de preços.

 

No quesito preço, o remédio que preciso tomar até o fim da vida para tratar espodiloartrose, sendo o mesmo laboratório com todas as características do que foi receitado, variou entre cento e quarenta e nove reais a sessenta e nove reais.

O remédio para pressão arterial, sairia muito mais caro pela indicação da vendedora, que pelo laboratório que costumo comprar por indicação médica.

 

Surpreso?

 

O consumidor precisa estar atento senão essa compra vai custar caro ao bolso e à própria saúde.

 

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