Ignomínia: fabricantes de fakenews
 

          Somente os de má reputação se dedicam a fabricar, prazerosamente, e a divulgar mentiras caluniosas, para maquinar difamação contra a idoneidade e a boa reputação alheia, já socialmente existentes. Esses não se preocupam com os de má reputação, seus semelhantes... E isso vem contaminando, assustadoramente, a saúde pública da comunicação, de modo invasor, as redes sociais. Por exemplo, um traficante não assim procede contra seus comparsas desses negócios fraudulentos. Nesse aspecto, durante o já vigente período eleitoral, essa doença se tornará uma inquietante pandemia.
           Em outros tempos, mesmo havendo, de modo primitivo, o boato perverso, as cidadãs e os cidadãos protótipos, os heróis e as heroínas tinham a sorte de terem seus valores ressaltados pela palavra poética, pela escrita, que consagravam seus heroísmos e suas qualidades de cidadania. Assim, os poemas, especialmente os épicos, exaltavam os grandes feitos, prolongando-os à imortalidade, o que repercute até os dias de hoje, nas escolas, relativamente nas culturas. Quanto às mulheres e aos homens de bem, nos dias atuais, são sujeitos ao escárnio da insensatez e da irresponsabilidade da fakenews. Estes, nos dias atuais, são as escolhidas vítimas dessa estrutura do ódio, sob a forma de mentira fraudulenta, a bel prazer e ao interesse de indivíduos de irrelevante presença social, que, também por isso, procuram sua afirmação na vida. São esses os fabricantes e as testemunhas das suas próprias mentiras.
          A verdade se comprova com o tempo, por isso, a sabedoria popular observa: “mentira tem perna curta”... Logo, logo, desmascarar-se-á, ver-se-á nua, mas, sem vergonha, voltará a mentir. Palavra assim usada, sem mensagem da verdade, não passará de uma ilusão dos sentidos. A fakenews é uma perniciosa ilusão, existe por causa da sua perniciosidade. Embora escandalosa, ela exerce uma maligna sedução, com a força motivadora do ódio.
          A mentira, seja religiosa ou política, é um desatino à degeneração moral e ética, e avessa à cultura e aos bons costumes, como se fosse ao mentiroso sua razão de ser mentiroso, quando se sente realizado, mesmo sendo mentecapto, lucrando ou obtendo vantagem interesseira. As propagandas mentirosas, fazendo o fácil de convencimento ingerir ou engolir o que não presta, já escolheram sua arma ou seu precioso canal: a fakenews. Contra tal mal hodierno, a justiça vem se posicionando, criando regras ao uso da internet e investigando para tirá-los do anonimato, onde se escondem, após o crime cometido. Que seja a Justiça, nesse sentido, nossa severa protetora dos nossos principais bens: idoneidade e respeito. Sobretudo porque contra essas mentiras, consagram-se a fidedigna realidade, o tempo e a justiça. A realidade e o tempo já agem por si só, mas a Justiça necessita do nosso apoio a tal serviço coletivo e agindo para Bem Comum. Quiçá os poderes constituídos se unissem nesse mesmo sentido, porque, em Os Conquistadores, nas palavras de Malraux (1901 – 1976), “A garantia da liberdade é a força do Estado ao serviço de todos os cidadãos”. Completo: e o ânimo das nossas consciências para o Bem. Enfim, alerte-se!  A mentira é aquilo que o mentiroso desejou que acontecesse...  

 

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