ENVELHECI

Envelheci e mesmo com a saúde me pregando algumas peças, continuo por aqui.

Sinto no corpo as debilidades e dificuldades próprias desta época da vida terrena.

A mente, apesar de estar boa, se abate um pouco a cada novo problema, mas a gente luta para se afastar dos maus pensamentos, procurando manter inabalável a fé e a esperança.

Como alguém já disse que “cabeça vazia é a oficina do Diabo”, procuro manter uma vida bem produtiva, tanto para mim como para aqueles a quem posso transmitir algo de bom.

Meu trabalho de dezoito anos como voluntário na área da qualidade da Santa Casa de Santos, além de me manter em atividade constante, me traz uma grande satisfação. No hospital, andando pelos corredores, percorrendo as alas de internação, passando horas contribuindo em trabalho de acolhimento no Pronto Socorro e conversando com palavras de incentivo aos pacientes e/ou acompanhantes, me sinto de bem com a vida. Por vezes, a outra pessoa quer apenas alguém ao lado, seja em silêncio absoluto ou para manter um breve diálogo que a faça recuperar a fé, por vezes perdida. Porém jamais digo a frase “tudo vai dar certo”. E se não der? Quem sou eu para afirmar isso? E é assim que vejo o quanto é preciso levantar as mãos ao céu com um forte sentimento de Gratidão.

Quando a gente fica velho começa a sentir também (ou apenas a observar) alguma espécie de rejeição e incompreensão. É visível em determinadas situações a falta de paciência com os velhos, como se alguém fosse eterno e nunca fosse envelhecer. Nas redes sociais vemos isso constantemente, principalmente na área de comentários das postagens que alguém faz. Ali a gente presencia a que ponto chega a ignorância, a soberba, o ódio e também o desalento de muita gente frustrada consigo mesmo.

Encerro este texto com uma mensagem da qual desconheço a autoria: “Cuidado com o amanhã, ele tem a estranha mania de ser tarde demais”.

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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 06/03/2022
Código do texto: T7466864
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