NITERÓI: ENCANTO EM TODOS OS CANTOS (Homenagem ao 434º aniversário de Niterói em 22/11/07)

Quem vem do Rio de Janeiro pela ponte logo sente o clima diferente, quer pela brisa marinha, quer pela aproximação a Niterói, à medida que os quilômetros vão sendo superados. A paisagem da baía da Guanabara com seu tráfego marítimo nas suas águas escuras chama a atenção pela quantidade de embarcações e pelo que parece um grande caos organizado e multicolorido. Olhando-se para o lado direito podemos avistar ainda ao longe as principais arquiteturas do centro da cidade. A torre redonda do Niterói shopping, o prédio da Leader, a estação das barcas, o Bay Market shopping center, o recém construído e inaugurado teatro João Goulart, além da Base de Hidrografia da Marinha e seus destacados navios brancos. Descendo o vão central avistamos os estaleiros e suas atividades de reparos em grandes navios, notadamente em plataformas de exploração de petróleo. Chegamos mais adiante em área militar onde do lado esquerdo situa-se a Base Naval do Rio de Janeiro com estrutura impressionante e piers onde repousam nossos navios de guerra, e do lado esquerdo a Base de submarinos.

Chegando ao posto do pedágio onde obrigatoriamente paramos quase sempre enfrentando uma fila, o que nos permite visualizar o estaleiro Mauá e diversas embarcações submetidas a reparos, além de inúmeras carcaças de navios deteriorando-se através dos tempos e servindo apenas como viveiro de garças que proporciona aos olhos a visão de uma tela marinha pintada a mão. Após ultrapassarmos o pedágio, a imponente ponte de cimento e ferro divide-se em quatro vias como se fossem tentátuculos oferecendo diversas opções de escoamento do trânsito para os visitantes e moradores da cidade ou apenas para quem utiliza a ponte para dirigir-se a outras cidades, passando por Niterói.

A pista da esquerda que se complementa com a rodovia Niterói-Manilha é a opção para quem sai do estado na direção norte, para quem segue rumo as cidades de São Gonçalo e Itaboraí, ou para cidades vizinhas, especialmente as da região dos lagos, como Araruama, Iguaba, São Pedro d’Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Búzios e Rio das Ostras.

A segunda pista direciona para a Alameda São Boaventura, via importante que corta o bairro do Fonseca e serve de ligação para Alcântara e cidades próximas como Maricá e Saquarema além de ser outra opção para as localidades da região dos lagos, para quem quer fugir do pedágio da Via Lagos. Além disso a alameda serve de acesso para diversos bairros vizinhos, razão pela qual constantemente o trânsito apresenta-se congestionado. Muito arborizado o bairro do Fonseca conta com um comércio intenso e diverso oferecendo facilidades para seus moradores ou visitantes que ali transitam.

Mais à direita, a próxima pista oferece a opção para quem quer seguir rumo região oceânica e para Santa Rosa, Icaraí, Ingá, centro da cidade e bairros próximos como os da enseada de Charitas e Jurujuba. Descendo pelo viaduto alcança-se a Avenida Jansen de Melo que mais adiante emenda com a Avenida Marquês de Paraná, importante via de acesso que separa o bairro de Fátima e o centro da cidade propriamente dito. Esta avenida nos brinda com a beleza de belos prédios residenciais além do antigo quartel do Corpo de Bombeiros que logo chama a atenção. É mais uma alternativa para quem quer ir ao centro da cidade interligando-se por diversas ruas sendo a opção mais importante a Avenida Amaral Peixoto, o centro nervoso e financeiro da cidade.

Por último, a ponte oferece a opção pela pista a direita para quem quer seguir para o centro propriamente dito, desembocando um viaduto na Rua Feliciano Sodré próximo ao moinho e à entrada do cais do porto. Por esta via alcançamos além do centro da cidade os bairros da Ilha da Conceição e da Ponta da Areia, além de chegarmos a estação rodoviária. No fim desta via encontramos um ponto da cidade bastante visitado por pessoas de fora, destacando-se sempre a presença de artistas e fuguras ilustres: é o Mercado de Peixe de São Pedro, famoso pela sua diversidade de frutos do mar. Chegamos enfim a avenida Rio Branco onde se destaca o supermercado Carrefour e seu enorme estacionamento, o Teatro João Goulart, o terminal de ônibus urbanos e intermunicipais, e a estação das barcas, opção de acesso para o Rio de Janeiro por via marítima. No calçadão em frente a estação das barcas encontramos a imponente estátua de Araribóia, fundador da cidade. Seguindo-se adiante se pode alcançar os bairros de Ingá Icaraí e São Domingos. Mais adiante após a praia das flechas chegamos ao majestoso Museu de Arte Contemporânea que por si só já é uma obra de arte. Indo sempre em frente percorrendo a orla de Icaraí, finalmente chega-se a Charitas com sua visão paradisíaca a beira mar, de onde se assiste um lindo por do sol. Finalmente chegamos a Jurujuba, bairro caracterizado pela grande quantidade de barcos de pesca, e daí a Fortaleza de Santa Cruz, impressionante construção militar debruçada sobre a boca da barra em uma vigília secular pela segurança da cidade. À sombra de uma árvore na encosta da fortaleza pode-se refletir sobre a cidade que como todas as outras tem suas mazelas, suas dificuldades, mas que também tem muitas virtudes e enchendo o peito de ar, pensar como é bom amanhecer a cada dia nessa cidade linda e dizer com orgulho: sou brasileiro. Moro em Niterói!

* Este texto está no livro "Ponto de Vista" a ser lançado brevemente com artigos, contos e crônicas. É proibido a reprodução parcial ou total.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 21/11/2007
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T746866
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