Quando a verdade deve ser dita e quando ela deve ser guardada?

Há algo extremamente importante que perturba o ser humano há décadas: quando a verdade deve ser dita e quando ela deve ser guardada? Isso gerou grande dúvida nas mentes e nas relações interpessoais, uma vez que nunca se conseguiu, com definitivo êxito, dominar as constatações como ferramentas a serem usadas para a construção de novos caminhos.

Tudo têm sido controverso, polêmico, irrisório, nítido, completo, interessante e pacato. Todas as perspectivas tomando forma simultaneamente. E, sem a menor pretensão de se alcançar qualquer objetivo, infinitos debates rasos são criados, já que se vive em um tempo onde pouco se pensa e mais se replica, meramente, quaisquer opiniões que entrem em convenção. Eis uma grande e sórdida característica que nos pertence.

Por vezes, pensa-se que essa característica corresponde a uma exceção do ser humano. Entretanto, cada vez mais é possível observar que, em verdade, esse é o corriqueiro das pessoas, que veem como exceção a prática de um hábito que quase nunca é percebido.

Nessa seara, o filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard produz sua crítica intrigante: “Há um incêndio no interior de um teatro. O palhaço sobe ao palco para avisar o público. Eles pensam que é uma piada e aplaudem. O palhaço repete e é aplaudido com mais entusiasmo. É como eu penso que o mundo chegará ao seu fim: sendo aplaudido por testemunhas que acreditam que tudo não passa de uma piada”.

Definitivamente, vivemos em um tempo complexo, não por definição da natureza, mas por consequência de nossas ações. Portanto, talvez nunca consigamos encontrar quais realmente sejam os melhores momentos para se utilizar da verdade. No entanto, saber que a sua existência possui a força para mudar vidas pode se transformar em algo positivo, desde que sua interpretação ocorra através de uma visão desprovida de antolhos.