O encontro

Em tantas possibilidades, tantas vidas, tantas idas e vindas, finalmente me vejo frente a frente com o desconhecido. Me senti um pouco travada. Logo eu que sou solta e bem articulada. Ele por sua vez se mostrou gentil e cavalheiro, fazendo com que me sentisse a vontade. Com uns quinze minutos de conversa já estava me sentindo em casa, posso assim dizer. Então descemos do carro, ele segurou a minha mão e fomos ao restaurante japonês que não me lembro o nome agora, mas que constatei ser uns dos bons. Nós servimos e começamos a conversar. Estava evidente que ambos estávamos na mesma sintonia, desejando a mesma coisa, o interesse era mútuo, mas disfarçado através de nossos olhares tímidos, que se encaravam na esperança de tentar decifrar o que um pensava do outro. Por um instante me distrai em meus pensamentos. Será que estou causando uma boa impressão? Será que estou falando demais ? Será? Será? Nesse momento dei um basta em meus pensamentos e nos serás, e deixei a situação fluir naturalmente, o que foi uma sábia decisão. E ao nos despedirmos, subitamente fomos surpreendidos por um ato involuntário e sem perceber nossas mãos se entrelaçaram e nossos lábios se tocaram como se ja soubessem o desfecho desse encontro, que foi agradável e cheio de desejo. O desconhecido pode ser bom se não nos prendermos a um ideal de encontro. O encontro nem sempre é mágico, as vezes é apenas uma escolha, uma decisão. Decisão de correr riscos com alguém. Arriscar sem se preocupar se vai receber algo em troca, ou se vai se magoar ou se é a pessoa certa. Talvez o encontro e a magia seja apenas uma escolha.

Tatiana Veneno
Enviado por Tatiana Veneno em 23/03/2022
Reeditado em 23/03/2022
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