Only for women

A ideia era antiga e após pesquisas de mercado duas empresárias resolveram pôr o empreendimento em pé. Um ambiente acolhedor, aconchegante, com aperitivos e bebidas afrodisíacos para, quem sabe, ressuscitar a libido em algumas clientes. Um local onde homem não entra, o clube da Luluzinha. Até ocorreu que pelos menos um pôster do ator Richard Gere deveria enfeitar uma parede. Não! Nada ali lembraria homens.

E a freguesia aumentava com (ou sem) a aprovação de namorados, noivos, ficantes. Agora sabiam como é ter uma noite só para elas e vivenciar o que os companheiros não abriam mão uma vez por semana.

E falava-se tudo o que não poderia ser dito num salão de beleza, shopping, celular. Menos política, balança e idade.

Alguns maridos até indicaram o ambiente para amigos encorajando as esposas a fazerem parte do seleto grupo. - “Vocês terão uma nova lua de mel”, garantiu um deles.

A princípio, a música ambiente só de interpretes femininas. (Abba - Fernando...). Mais tarde as clientes das mesas 10, 11 e 12 solicitaram Bee Gees. Abriu-se uma exceção.

Outro grupo sugeriu que uma vez por mês fossem contratados alguns garçons estilo saradões. Afinal, mulher também gosta de fantasiar. Uma das proprietárias alegou que isso iria descaracterizar o ambiente “e com a possiblidade de um atentado ao pudor, assédio generalizado sobre efeito alcoólico”. E com a reprovação de alguns maridos ciumentos.

Um ano depois, a freguesia começou a diminuir consideravelmente. Uma delas confessou, pedindo desculpas e sigilo, que comentavam que “aquilo é tudo de bom, mas falta um tempero”.

E ninguém sabe mais sobre temperos do que mulher.