Quedas

Não tinha como não ouvir a conversas das duas senhoras, ambas com bem mais de setenta anos, que sentavam- se em um banco próximo ao local onde eu estava sentada.

Uma delas, que descobri chamar se Adélia, contava para a companheira Isolda: " pois não é que caí novamente esta semana! desta vez foi no degrau da varanda, menos mal que cai junto ao local onde estava o telefone. Como sempre, chamei o Juninho, o meu neto que mora próximo, e sempre me socorre" .

Isolda, com a cabeleira totalmente tomada pela neve e na proximidade dos seus quase oitenta anos, relata que no mês anterior caiu por duas vezes, ambas na rua, uma ao subir em uma calçada e a outra na saída de um supermercado. Quedas essas que além de terem deixado braços e joelhos cobertos de hematomas, levou seus filhos a lhe impedirem de sair sozinha de casa.

O diálogo acima, pode até parecer normal no mundo da melhor(?) Idade. Mas e as outras quedas? aquelas por cujas sequelas ninguém pergunta, consideradas normais com o passar dos anos, que vão desde as perdas físicas até as mentais?

Precisamos refletir até que ponto estamos preparados para esse declinar e se já estamos nos preocupando em termos maior cuidado conosco, para que se em nossa vida não pudermos evitar as quedas, que tenhamos guardado forças suficientes para tentarmos nos levantar sozinhos.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 16/04/2022
Reeditado em 16/04/2022
Código do texto: T7496415
Classificação de conteúdo: seguro