Quedas
Não tinha como não ouvir a conversas das duas senhoras, ambas com bem mais de setenta anos, que sentavam- se em um banco próximo ao local onde eu estava sentada.
Uma delas, que descobri chamar se Adélia, contava para a companheira Isolda: " pois não é que caí novamente esta semana! desta vez foi no degrau da varanda, menos mal que cai junto ao local onde estava o telefone. Como sempre, chamei o Juninho, o meu neto que mora próximo, e sempre me socorre" .
Isolda, com a cabeleira totalmente tomada pela neve e na proximidade dos seus quase oitenta anos, relata que no mês anterior caiu por duas vezes, ambas na rua, uma ao subir em uma calçada e a outra na saída de um supermercado. Quedas essas que além de terem deixado braços e joelhos cobertos de hematomas, levou seus filhos a lhe impedirem de sair sozinha de casa.
O diálogo acima, pode até parecer normal no mundo da melhor(?) Idade. Mas e as outras quedas? aquelas por cujas sequelas ninguém pergunta, consideradas normais com o passar dos anos, que vão desde as perdas físicas até as mentais?
Precisamos refletir até que ponto estamos preparados para esse declinar e se já estamos nos preocupando em termos maior cuidado conosco, para que se em nossa vida não pudermos evitar as quedas, que tenhamos guardado forças suficientes para tentarmos nos levantar sozinhos.