Corações ao alto!

Corações ao alto! O nosso coração está em Deus!.

Na liturgia da Santa Missa, momentos antes da Consagração do vinho e do Pão, o celebrante exclama: Corações ao Alto; a assembleia responde: o Nosso Coração está no Senhor!

Comparo a minha jornada de vida a uma etapa de permanente busca de algo que me atrai desde sempre. No limiar da primeira infância, lá pelos 10 anos, fiz a Primeira Comunhão, logo me tornei acolito e daí em diante senti-me impulsionado por um forte anseio de seguir em frente atraído por algo que diferente daquilo que via e vivia.

Fui desemburrado pela minha madrinha de batismo, Maria da Conceição Malheiros, catequisado primeiramente por meus pais, depois por Padre Marino Conti e Irmãs Missionarias de Santa Terezinha; ajudei a quebrar pedras pra alicerce da construção, inaugurada em 1958; depois passei a estudar na escola que funcionava no salão onde está o salão paroquial. Em 1962, 28 de maio, faleceu meu pai; fiquei com minha mãe, que era lavadeira do Padre Marino e passei a fazer pequenos serviços na casa das freiras, onde hoje é casa paroquial. Ouvia muito os adultos falarem que o Padre Marino deveria ser prefeito pra colocar nossa gente nos trilhos ou na rota do desenvolvimento e sentia despertar um desejo enorme de contribuir para melhorar a vida da nossa gente.

A época a região desde São Domingos do Capim até Vizeu era Prelazia, (um tipo de circunscrição eclesiástica erigida para atender a necessidades peculiares em um território ou de um grupo de fiéis), cuja sede tinha sido transferida de Ourem para Bragança, com o nome de Prelazia do Guamá de Nossa Senhora do Rosario, confiada aos Padres Barnabitas, ordem a qual pertencia o Padre Marino Conti. Em 1965 fui encaminhado para o Seminário onde fiquei até 1970; pedi transferência pra arquidiocese, mas acabei ingressando na vida civil através da Radio Guajará, AM e na TV Guajará Canal 4, como locutor apresentador. Mesmo assim, o desejo inicial mantinha-se cada vez mais inquieto, e eu, em silencio, perscrutava onde e como identificaria o que procurava.

Foi na Pascoa de 1972, que em visita a amigos em Capitão Poço, que encontrei o primeiro sinal de que estava ali a chave de acesso para realizar o que meu coração acalentava nesses anos todos. Na tarde de Sábado Santo, primeiro de abril, quando me dirigia ao colégio/casa das freiras fui visto por uma jovem, que aguardava sua vez na fila de confissão. À boquinha da noite dois amigos me convidaram para visitar a casa de um amigo deles; fomos e, ao aparecer na janela: dois olhos brilhantes me paralisaram. Durou a eternidade aquele êxtase. Daí em diante passei a ver a vida com cores mais vivas, sentir o coração mais acelerado, o futuro promissor, o sonho tornando-se realidade.

Na semana seguinte voltei a cidade e a partir do dia 09 de abril desse ano, passei a projetar o futuro com segurança porque sabia haver encontrado minha pedra preciosa, pressentia haver localizado o meu tesouro e também ter sido encontrado.

50 anos se passaram, este ano vivencio minha 73ª Pascoa; juntos vivemos nossa 50ª e respondemos com jubilo ao convite do celebrante - Corações ao alto! O nosso “Já o temos no Senhor!”.

FELIZ PASCOA A TODOS OS QUE LEREM!

arturo cortez
Enviado por arturo cortez em 25/04/2022
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