Crónica II ... Controlado... Renascer aos poucos!

Um dia estava na luz, era aquecida pelos raios de sol, que brilhava no céu com toda a sua glória, perfumada pelo perfume que exalava das flores, dançava ao som dos chilreios dos passarinhos que alegremente voavam no céu, e a água do mar banhava meu corpo, deixando a frescura e o sal entranhados em mim, e eu era feliz…

No outro dia estava na escuridão, sentia-me fria, enregelada pelo vento agreste que fazia, pela neve que sobre mim caía, e em mim ficava presa, tormentos sem fim me rodeavam, e o frio vergasta era tanto que eu me sentia presa e enregelada de receio atá aos meus frágeis ossos.

O cheiro que me rodeava era execrável, era como cheiro a prenúncio de morte. Vi insetos nojentos rodearem-me, como se de mim quisessem fazer alimento. A água era salobra, e vi -a chegar-se a mim, como se me quisesse banhar. Ganhou força e em meu corpo veio tocar, deixando-o repleto de unguento, nojento, peganhento… Senti-me suja, vazia, fria e o que eu desejava era morrer, partir, não viver, isso era tudo que naquele momento eu mais queria.

Cansada que estava, creio que adormeci. Mas meu cérebro, não descansava, creio que minha alma estava desesperada, para entender o que se passava. Num dado momento, vi-me num lugar diferente e que eu não conhecia. Estava sozinha, e á minha frentes estavam suspensas por algo que eu não via, duas bolas transparentes, e nelas continham um dia e mais o outro dia. Não sabia o que fazer, mas sentia que nelas tinha que tocar de alguma maneira, e de repente, num impulso elétrico, peguei nelas e observei-as. Mas o tempo de observação foi curto, pois a energia entre elas era tanta que ao tocarem-se, chocaram e desfizeram-se no ar em mil partículas de tudo que ambas continham. Vi as partículas de cada uma esvoaçarem e ao chão vinham parar, acabando por algumas se esfumarem… Fiquei ali parada a olhar o que tinha restado, depois num impulso apanhei somente aquilo que me parecia fazer bem.

Ainda, consegui apanhar uns raiozinhos de sol, um pouco de perfume exalado pelas flores, o mínimo som dos passarinhos a chilrear, e com muita alegria, uma quantidade gratificante de água do mar… Senti que algo me foi retirado, que a água expurgou todas as impurezas que em mim estavam. Senti-me melhor, senti amor, senti meu corpo querer viver, e de repente senti-me a volatizar. Acabei por chegar ao sítio de onde tinha partido, sem conseguir ver ou entender aonde tinha estado, mas algo em mim me dizia que o lugar que eu acabara de deixar, era um lugar de renascimento. Senti-me a ganhar forças, soltei as amarras de toda a podridão da doença que me queria matar, e com toda a força que consegui de mim arrancar, ordenei-lhe que saísse do meu corpo, que me deixasse em paz, e que em meu corpo só é hospedeiro quem eu quiser hospedar… Disse-lhe, para gozar as férias que ele pensara merecer, no “hotel” que ele tinha escolhido “destruir” , que se fosse “alimentando” das células que houvesse e pudesse, porque entretanto eu iria do seu funeral tratar. Que ele não pensasse, que eu satisfaria seu desejo de me ver esmorecer, definhar e por fim morrer.

Minha mente e corpo, num só decidimos o mal enfrentar, com toda a força e fé que tínhamos.

Numa corrida desenfreada a dois, ele lutou para que com seu rápido desenvolvimento, conseguisse seu feito concretizar. Que minhas lágrimas, sofrimento e dor conseguissem na minha luta contra ele (Cancro) travar, e que sua vitória pudesse alcançar. Pobre coitado, pensava vencer. Estando ele (Cancro) dentro de mim, não viu a força que eu tinha guardado, para uma luta deste tamanho conseguir travar e vitoriosa sair. De tanta cegueira, só quis meu corpo com sua podridão disseminar… Tinham-me regenerado na força, porque a fé eu sempre tive. Mas eu sairia vitoriosa deste primeiro estádio da primeira batalha. Por isso, com a minha força interior, fé em Deus e no Seu poder do Amor por seus filhos, com a ajuda de Seus anjos e irmãos de Luz, eu sabia que podia acreditar de que eu conseguiria vencê-lo e poderia viver a vida de novo … Assim fiz, deixei que me tocassem e que o arrancassem de mim, feito isto senti-me liberta por fim. Com a divina Graça de Deus, seus anjos e irmãos de Luz eu estava viva. Consegui vencer e de novo pude em mim RENASCER!

Havia recebido um prenuncio do que iria acontecer, e só por isso eu sentia infinita Gratidão ao Deus da minha vida e pelo Dom de Viver!

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 07/05/2022
Código do texto: T7511399
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