Crônica do dessassosego

Redescobri-te em um momento de sonolência, como quem

descobre um continente, se perdendo entre oceanos.

Não fique assustada, mas suponho que meus olhos não estavam abertos.

Talvez nunca estivessem, não sei ao certo, pois não enxergava luz á minha volta

sem você por perto.

Então, abertos ou fechados, não faria diferença alguma;

Não existia alegria, não existia fagulha.

Procurei atalhos, caminhos, devaneios, erros sucessivos.

Mas como procurar um tesouro raro, sem nunca ter visto um?

Não tive culpa pela demora de te encontrar, mas tive culpa pelas suas lágrimas

derramadas, sem eu poder enxugá-las.

Foram muitas, eu sei. Porque as minhas também foram.....

Eu sofri… sofri como um condenado sem conhecer teu brilho.

Sem conhecer tua boca, nem teus olhos.

Teu coração, alimento da minha alma, eu sabia que pulsava, dolorido

como o meu.

Porque sim, talvez fossem um só.....