Não morram em vida! Não matem a vida que existe no próximo!
Como de costume, a morte levantou cedo. Antes de sair, ela parou em frente ao espelho pra assimilar as tarefas do dia.
A morte sorriu, enrugou a testa e decidiu usar sua melhor roupa!
Isto posto, ela pegou seu caderninho de endereços....
Sem dó ou empatia, a primeira porta em que ela bateu foi na casa onde habita a "falta de humanidade".
A bicha é sorrateira, sonsa, mas sabe onde pode crescer!
- trabalho concluído! Disse a morte.
Não ando junto dela, mas acredito que não deve ser tão difícil matar o que não tem vontade de saber olhar pro lado!
Ela continuou pelas ruas até que encontrou a casa da solidão!
Sem tocar a campainha, ela observou com cuidado e concluiu que ela seria uma companhia agradável...
Ela não quis dar o ar da graça ...
Assim, ela continuou seu caminho até encontrar a casa do desespero!
Daí ela lembrou que já tinha passado por lá.
Ela ajeitou o casaco enquanto ouvia o noticiário...
Foi pra rua da saudade...lá ela se deparou com tanta coisa que era até difícil escolher...dessa forma, ela decidiu se abster.
Mas a morte é incansável! Haha
Ela tentou a casa da indiferença!!
Lá ela se fez grande, porque quando você não morre, você mata alguma coisa...
-Trabalho feito! Pensou a morte sem se engrandecer.
Continuando a seguir sua lista, ela não se conteve ao ver que a próxima casa da rua era a casa do ódio.
- mais um trabalho concluído! Eles já estão se matando...
- será?! Talvez eu deva esperar pra ver se um ou outro escapa...cogitou a morte.
- acho que não! O egoísmo ajuda muito no meu ofício! Eles vão entender quando for tarde demais!
A morte saiu e viu que estava ficando tarde. Daí ela se adiantou e passou bem rápido pela residência do medo, da falta de empatia, do desprezo, da indiferença, da decepção, do filho da puta da mesquinharia, da frustracao, da tristeza e na casa da falta de amor!
O amor tentou lutar um pouco, mas não adiantava fazer força sozinho!
Ainda assim, foi um dia de trabalho proveitoso; concluiu a morte.
No fim das contas, a morte ficou amuada e repetiu na frente do espelho enquanto tirava sua maquiagem: tem gente demais fazendo meu trabalho!