RECIFE EM RUÍNAS

Há três anos quando estive no Recife, o quadro de degradação que vi já foi desanimador. No período de 12 a 16 deste mês, tive a oportunidade de voltar à minha terra natal e, infelizmente, de constatar que a minha previsão de futuro caótico se concretizou num grau muito além do que eu poderia imaginar.

Recife está em ruínas física, social e econômica.

A pujança que eu presenciei quando ela era classificada como a terceira capital do Brasil ficou no passado, anterior às administrações socialistas de Miguel Arraes e seus herdeiros.

As ruas transformaram-se em latrinas. Os prédios caindo aos pedaços e exibindo pichações incompreensíveis, completamente vazios ou invadidos pelos moradores de rua egressos dos acampamentos nas calçadas esburacadas das ruas centrais, abandonados à própria sorte e tão desassistidos quanto os prédios públicos ou particulares (alguns com aquelas telas de proteção usadas na construção civil), mas todos “enfeitados” com o limo das infiltrações em suas fachadas tão tristes quanto os rostos das crianças reféns do descalabro administrativo e o desencanto pelo abandono das autoridades.

O imponente prédio do Diário de Pernambuco (jornal mais antigo em circulação na América Latina) não escapou do quadro dantesco de degradação em que se transformaram os bairros do Recife Antigo, Santo Antônio e São José.

Hordas da população periférica que deve estar bem acima dos três milhões de habitantes, ao anoitecer, quando se retiram da praia de Boa Viagem, aonde fiquei hospedado, invadem os coletivos causando destruição aos veículos e pânico entre os usuários.

As palafitas continuam a se multiplicar por sobre o Rio Capibaribe, cuja calha, cada dia mais assoreada se transforma em filete d’água na planície aluviar por trás do Palácio do Campo das Princesas, local em que as suas águas se reúnem com as do Rio Beberibe para formarem o Oceano Atlântico.

As vias públicas, praças e bordas do canal Derby/Tacaruna, se transformaram em acampamentos, verdadeiros embriões de favelas onde há carência de tudo, principalmente, ações governamentais que deem às pessoas, não esmolas viciantes, mas qualificações que através do esforço próprio de cada um, consigam sair da situação miserável em que se encontram.

As lojas centrais foram transferidas para os shoppings Recife, Tacaruna e Rio Mar em busca de locais limpos e da possibilidade de evitar a ação dos marginais.

Não sei quando terei nova oportunidade de visitar minha cidade, mas espero que com a eleição que se aproxima, meus conterrâneos tenham a lucidez de não renovar os mandatos dos atuais ocupantes do Palácio do Campo das Princesas (poder executivo, governador e seus secretários) e da Casa de Joaquim Nabuco (poder legislativo, 49 deputados) e que na eleição para prefeito escolham alguém melhor do que João Henrique Campos, que como o seu bisavô (Miguel Arraes) tem muita fala e pouca ação conforme se demonstra na atual situação do Recife.

E não me venham os seus correligionários dizer que ele não pode alterar a situação, porque, como esclarece o ditado popular: “quem não pode com o pote, não pega na rodilha”.

Somente a implementação de agenda capitalista liberal, com a participação maciça da iniciativa privada terá o condão de tirar o Recife e todo Pernambuco da decadência provocada pelos ideais socialistas de distribuição igualitária da pobreza, insegurança e sub-desemvolvimento.