SILENCIADA

Aquela senhora com 72 anos quando aceitou casar-se com o varão, teve que abdicar do emprego e foi impedida de dar sequência nos estudos porque mulher dele tinha que ser dona de casa e não do seu próprio destino, cuidar dos filhos e do marido, viver para o ministério cristão. Dedicação exclusiva. Sempre com a liberdade regrada. Doou toda a sua juventude nessa relação.

Quando o marido faleceu, ela finalmente saiu do regime fechado e seu único crime foi de ter sido submissa. Ela teve que ser inserida novamente na sociedade, a qual tanto mudou desde seu confinamento, o período em que foi silenciada pelo machismo.

Temos que ser com alguém e não, de alguém. Cumpriu a pena, mas os traumas ficam...

Adenize Cardoso
Enviado por Adenize Cardoso em 23/05/2022
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