DARIA PARA SIMPLIFICAR?

Prof. Antônio de Oliveira

1.O infra-assinado, Fulano de Tal, vem, mui respeitosamente, requerer...

É evidente que não cabe, em tese, o pressuposto de que uma pessoa esteja assinando por outra, a menos que para isso tenha procuração.Nossa cultura parte da desconfiança de que todo mundo é desonesto, fraudulento, até prova contrária.Vemos situações semelhantes, e até mais graves, todos os dias: extorsões, fraudes em todas as dimensões,trotes,sequestro, feminicídios.

Tudo isso acontecendo na era da tecnologia eletrônica.

2.Em quase todos os editais se torna público “a quem interessar possa”, como se o edital, por natureza, não se destinasse a interessados.Em relatórios e atas é também comum o desperdício de palavras:

3.Assim como no início, também no fim de uma peça escrita, relatório, ata, petição, deve-se evitar a falsa modéstia ou autoelogio disfarçado:

“Sendo o que me cumpre relatar, submeto, à consideração deste Egrégio Colegiado o presente relatório, em que procurei corresponder, do melhor modo ao meu alcance, à confiança que em mim foi depositada.”

Na análise de frases perdidas, expressão usada pelo professor Hélio Mallet, corresponde a frases desperdiçadas. lembro que Egrégio significa “destacado da grei”, separado do rebanho, do latim, um adjetivo de caráter elitista. Em contrapartida, Ministro significa aquele que serve.Em contraste Colendo, Venerando, Magnífico,expressões consagradas pela liturgia de tratamento pessoal e colegiado.

Em suma, obedece quem tem juízo...

Caso contrário, fica feito ovo sobrando de dúzia.

O estilo barroco, na nossa história, no seu conjunto, explica muita coisa...

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 27/05/2022
Código do texto: T7525236
Classificação de conteúdo: seguro