A comunidade dos ratos

O rato é um pequeno mamífero pertencente à ordem dos roedores, com focinho afilado, orelhas pequenas e arredondadas, longa cauda maior que o corpo, nua ou quase sem pelos. Tem o hábito noturno, é dócil e furtivo, e pode viver até dois anos. A idade de reprodução do rato em ambos os sexos é a partir dos 50 dias de vida; a fêmea tem o primeiro cio entre 25 e 40 dias, e a gestação dura cerca de 20 dias, com uma ninhada de 10 a 12 indivíduos. A rápida reprodução acarreta uma superpopulação que serve de alimentos a outros animais como cobras, gatos, cão, coruja e outras aves de rapina. Certamente há mais ratos numa cidade do que seres humanos.

Cerca de 2000 espécies de ratos povoam o planeta e representam 40% dos mamíferos existentes. 50% das espécies são consideradas pragas urbanas e rurais, onde atacam mantimentos e plantações, e adoram lixos e entulhos; e ainda causam doenças como a peste bubônica, leptospirose, hantavírus, salmonelose, tuberculose, tifo, febre hemorrágica, nefrite epidêmica, além de transmitirem ácaros e pulgas. Algumas raças como a ratazana, rato-preto e camundongo são consideradas pragas urbanas. A ratazana gigante original da Ásia que se espalhou pelo mundo é a espécie mais agressiva, pode atingir 50 centímetros de comprimento e pesar meio quilo, e nas patas traseiras apresentam membranas natatórias (entre os dedos) como as rãs e vive em tocas, nos esgotos e beiradas de córregos.

Os ratos têm um olfato desenvolvido para detectar alimentos e predadores, e a sua visão é pobre, não distingue as cores. Não possuem glândulas sudoríparas, e possuem 5 dedos nas patas posteriores e anteriores. Diferente dos seres humanos, os ratos não vomitam por falta de um músculo no estômago e de sensores no cérebro. Entretanto, possuem o olfato mais desenvolvido que fazem evitar alimentos suspeitos, e também tem o hábito de comerem barro para neutralizar um alimento tóxico. São capazes de se espremerem para passar num buraco apertado e adentrarem nalgum lugar; também são bons escaladores, sobem em paredes e canos, roem instalações elétricas causando curto circuitos e até incêndios. Algumas espécies podem ser criadas como animais de estimação, embora sejam destruidores de gavetas, armários e caixas.

No mês de abril do ano de 2020 notei a presença de uns ratinhos de cor cinza-acastanhada da espécie camundongo (Mus musculus), com cerca de 8 cm de comprimento e 19 gramas no máximo em casa, mas como mantenho as portas dos quartos e do escritório fechadas, eles ficaram restritos a duas salas, cozinha e área de serviço. Coloquei iscas, mas eles não comeram. Com barreiras consegui isolar dois na área de serviço, de onde eles foram embora pela porta que deixei aberta. Notei que havia ficado um, porém não consegui isolá-lo na área de serviço, por ser muito arisco e se esconder debaixo do fogão e geladeira. No dia seguinte estava deitado no sofá assistindo televisão quando ele apareceu chiando no corredor e ficou me olhando meio desconfiado, fingi que estava dormindo, ele ou ela atravessou a sala de 5 metros, passou por mim e pela porta e foi embora. Deve ter pensado, aqui não dá para eu ficar não! Constatei depois que eles passaram pela abertura da porta da área de serviço e o piso, um espaço menor que 2 cm.

Goiânia, 27-05-2022

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 28/05/2022
Reeditado em 28/05/2022
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