A LENTA EVOLUÇÃO DA ESPIRAL HUMANA

Penso que o bem ou o mal que vivemos, normalmente, é consequência dos nossos atos e estes, também, são consequências de outros atos, como se estivéssemos constantemente, dentro de uma espiral que se expande em formato de cilindro inverso, e em cujas paredes o mal permanece incrustado, talvez, desde que o Homo Sapiens apareceu na Terra, há cerca de 350 ou 200 mil anos.

Quando digo que o mal tem prevalecido, não me amparo nas postulações de Nicolau Maquiavel, mas nas informações veiculadas pela imprensa ou pelas mídias sociais. Diariamente nos defrontamos com notícias horríveis sobre pessoas mortas, ou subjugadas, ou ultrajadas em seus direitos... Exemplos recentes são a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a situação atual das mulheres e meninas no Afeganistão, e a morte do Genivaldo de Jesus Santos por policiais rodoviários federais, que jamais deveriam ter tido aulas sobre torturas.

Cito esses três pontos, mas todos sabemos que frequentemente somos informados sobre casos de roubos, de golpes diversos, de enriquecimento ilícito, de consumo e venda de drogas, de violências domésticas, de covardias diversas como espancamentos e mortes de seres humanos mais fracos. É sempre muita coisa triste!

Politicamente, recebemos informações selecionadas pela imprensa ou por grupos que lucram muito, e eu fico pensando se eles fazem isso apenas para ganhar mais leituras, likes e/ou viralizações ou se é mesmo para encobrir a verdade em nome de interesses pessoais inconfessáveis. Nas redes sociais, essas pessoas contam com a adesão dos inconsequentes que disseminam posts, sem mesmo avaliar se os conteúdos são verdadeiros ou se são fake news.

Por outro lado, há fatos muito relevantes que a imprensa não se preocupa em enfatizar e disseminar bastante, em botar o povo para pensar e exigir decência das autoridades. Refiro-me aos fatos que têm desgraçado a qualidade de vida do povo brasileiro, que, aliás, pode piorar muito, quando a Eletrobrás (o governo quer privatizá-la e 7 ministros do TCU já deram o aval, desde 18 de maio de 2022), for parar nas mãos de estrangeiros (chineses?) e nós nos tornarmos reféns de preços internacionais, de novo.

Não é difícil deduzir que pode acontecer o mesmo que estamos vivendo com os aumentos de combustíveis, desde que a Petrobrás abriu o seu capital para a iniciativa privada, que nela investe para ter lucro, pouco se lixando se os brasileiros ganham em dólar ou não. Aliás, por experiência própria, posso afirmar que isso aconteceu com a educação privada superior, quando abriu seu capital para captação de capital estrangeiro. Mas isso é outra história, bem triste, que pode ficar para outra ocasião.

Partindo do pressuposto de que ninguém nasce exatamente ruim, considero importante nos perguntarmos: com quem o ser humano aprendeu a pensar e a agir de forma má? A priori é importante considerar que adquirimos crenças, valores e princípios com as pessoas que nos criaram (e deveriam nos dar amor e bons exemplos), depois com aquelas que nos educaram formalmente em escolas e, também, com as pessoas com quem convivemos, quer seja nas igrejas ou não.

Ocorre que cada um age conforme julga correto e está convencido de que “vai para o céu”! Alguns são bons ou porque tiveram bons exemplos, boa índole, ou, também, por medo de irem para o inferno. Conheço alguns desses últimos que se dizem cristãos, frequentam religiosamente as missas e os cultos, recebem comunhão, mas são sovinas, incapazes de doar alguma coisa nova ou dinheiro para os mais humildes ou para as instituições de caridade. Muitos deles não veem nada demais nas ideias que pregam o armamento da população, o extermínio de povos indígenas, os desmatamentos e os garimpos ilegais. Duvido que eles se perguntem se Deus se agrada com esses tipos de pensamentos ou de comportamentos. Penso que eles nunca param para pensar quais foram os dois bons exemplos que Jesus nos legou, quando esteve na Terra: amor aos mais fracos e indignação diante de injustiças.

Mas, voltando à questão da ideia de espiral humana (que se expande em formato cilíndrico invertido), ela ilustra a ideia de que o homem tem evoluído, desde que foi criado por Deus (criacionismo) ou chegou até a anatomia atual, partindo de duas teorias: a de Charles Darwin que diz que nós viemos de moléculas que moravam naquilo que a ciência chama de “sopa primordial", ou a teoria dos pesquisadores da Universidade de Heinrich Heine (Alemanha), que reuniram mais de 6 milhões de genes de micróbios para tentar traçar o perfil do “Luca” (acrônimo para Last Universal Common Ancestral: último ancestral comum universal, em português).

Considerando que ambas as teorias científicas dizem que os seres vivos teriam surgido na Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos; pulando os dinossauros e todos os hominídeos que os sucederam; podemos fazer uma parada em dois pontos para avaliarmos se a maldade humana está diminuindo ou aumentando: a primeira no século XVI quando as atrocidades eram cometidas por vários instrumentos de tortura e as fogueiras da Inquisição ardiam alimentadas pelos corpos dos considerados ateus ou hereges. A segunda parada é no século XX, especificamente entre 1939 e 1945, quando cerca de 6 milhões de judeus foram trucidados.

Quando penso em tudo isso e assisto ao Vladmir Putin nos ameaçando com seu arsenal nuclear; não consigo mensurar se estamos evoluindo ou regredindo em termos de humanidade, mas sei uma coisa: se esse mundo de repente for destruído, eu e você viraremos pó instantaneamente (dizem). Se Deus decidir que teremos de voltar à Terra para aprendermos a ser GENTE e se Ele me consultar, vou pedir para só voltar daqui a 9 bilhões de anos, pois pode ser que nesse intervalo temporal o diâmetro da espiral da evolução humana tenha aumentado muito e tornado a nossa espécie mais humana e fraterna.

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 01/06/2022
Reeditado em 03/06/2022
Código do texto: T7528659
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