UMA TARDE DEVASSA

                   
(FRAGMENTOS)

Quieto e sozinho ,eis-me nesta tarde devassa.
Um céu carrancudo e um friozinho que já me fez ingerir todos os cafezinhos a que teria direito. Em meu canto, rendo-me aos assédios desta devassidão.
Sou - neste instante -uma solitária carcaça recostada no balcão a espera de minha alma que voeja pelos caminhos das lembranças, embrenhada nas tardes do tempo, adentrando nas bodegas da rua do Fomento onde haviam suspiros assados em fornalhas a lenha.
Então deixo-me levar ao norte de meu campo de visão,onde perfilavam-se palmeiras além das plantações e as carroças singravam estradas de chão batido com suprimentos para os cones de feno
Eles - os cones - erigiam-se como que a caminho do infinito, feito ogivas carregadas de sonhos prestes a explosões pacificas.Daquelas que apenas dariam um susto nos pombais aninhados ao paiol da casa de tia Flora.
O pé de chorão dançaria ao vento mais uma valsa de Strauss e o balé dos bem te vis desenharia curvas sinuosas sobre aquelas casas singelas com janelas de sótãos que espiavam a serenidade de dias iguais.
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 08/06/2022
Código do texto: T7533784
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