OS DITADORES E OS XEXÉUS

O vício de plágio disforme da política brasileira dá um chocolate em qualquer falsificação barata paraguaia ou chinesa, se bem que nas terras orientais a qualidade das falsificações chegaram ao aprimorado nível de cópias da moeda dos piratas estadunidenses.

Pernas de pau a parte, vamos nos ater aos porões da política de nosso “Long Ben”, cujos comandantes, como xexéus (Cacicus cela), vivem a imitar ao alvetrio, com pitadas de lei de Gerson, moldando uma política de fancaria.

Em um combate a dita ‘dura’, um embate que está mais para genofobia do que outra coisa, criam clichês, propagando-os aos quatro ventos uma nhaca que, só quem não conhece a formação política e social da Terra de Santa Cruz aceitam de bom grado, sem tapar as napas.

Chamamos a atenção aos atos dos ditadores a moda da antiga Roma, quando o senado lhes atribuíam poderes para governar em tempos de emergência. A imitação é descarada, primeiro porque o senado que temos não é como a S.P.Q.R de outrora, àquele era formada de notáveis, um conselho dos pater famílias, o que temos hoje é uma confraria de pusilânimes que agem em benefício próprio em detrimento daqueles que os elegeram, políticos totalmente acometidos pela letargia ou imobilismo decisório.

Neste panorama, segundo adágio popular que “criança que nunca comeu melado, quando come se lambuza”, os ditadores regados ao molho garum, com dicta mordedura, mandam e desmandam ao beneplácito da Grande Horda Mundial sob a patética tentativa de se passarem por conhecedores da política, para os quais não foram esquadrinhados, no máximo esboçados por correntes de pensamento imagéticas, que, ao encontrarem ambiente condizente e moldado em um meio assolado por padrões sensoriais, utilizam de eisegeses alicerçadas por seus sonhos infantojuvenis.

Aos ditadores elencados, com a devida vênia, está difícil transigir com seus postulados e ordálias, mesmo que envernizados por uma grossa camada de malabarismos retóricos e semânticos - está a entalar como farofa comida à seco; aos xexéus, togados ou não, sempre fanatizados por ideologias estéreis, chamo atenção para tomarem cuidado com a a mosca azul machadiana, ela é a mesma Demartobia hominis, cujos xexéus são presas fáceis.

O ilustre maestro paraense Waldemar Henrique, em sua obra intitulada Japiim (nome tupi do pássaro xexéu), musicaliza que japiim, foi a flauta de Tupã e é alma penada, por isso não deve ser morto sob o risco de sermos perseguidos por Anhangá.

Por não ser adepto a novilíngua orwelliana e desprezar a 'nova onda do verão' que é o 'ódio do bem', assim como para não correr o risco de ser amaldiçoado pelo politeísmo da crença ameríndia, ou ainda apenado pelos ditadores dotados de notório saber jurídico, vou para galera fazer parte da torcida para que os xexéus, já parasitados pelas larvas do inseto azul, fiquem encarcerados em gaiolas, a entoar seu canto na selva de suas loucuras, ao despertar do sol de suas utopias.