SÃO JOÃO

S. João, é considerado o último dos profetas e precursor do cristianismo e as suas ações estão descritas nos quatro evangelhos.

Consta que João era filho de Zacarias (sacerdote do templo) e de sua velha esposa Isabel. Devido à idade avançada do casal sem filhos, todos consideravam que Isabel era estéril. Porém num dia em que Zacarias estava trabalhando no templo, eis que aparece o anjo Gabriel informando que a sua esposa daria à luz um menino e que este devia chamar-se João.

Por ter duvidado da profecia, Zacarias ficou mudo.

Maria, mãe de Jesus, também recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe saudou com a frase que faz a primeira parte da oração da Ave Maria (Ave Maria cheia de graças. O senhor é convosco). Maria soube da gravidez de sua prima Isabel e ao encontrar-se com ela ouviu a saudação que é a segunda parte da oração da Ave Maria (Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre). A última parte (Santa Maria mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte) tem origem na súplica popular que o Papa Pio V (séc. XVI) incorporou como versão oficial da oração.

Já adulto, João foi para o deserto (entenda-se deserto, como local isolado do convívio social) para praticar jejuns, sacrifícios e dar início às suas pregações sobre a vinda do Messias nas reuniões que fazia, geralmente às margens do Rio Jordão, aonde, segundo a tradição Jesus também ser batizado.

Quando chamado S. João Batista, sua imagem tem concha de água.

Com base na frase dita na ocasião “eis o cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo” (Vale salientar que em aramaico, a mesma palavra pode significar servo ou cordeiro e por ser o cordeiro manso por natureza, a tradição preferiu considerar como tal) é por isso que a representação do santo, geralmente tem um cordeiro nos braços.

Daí ele ser conhecido como S. João do Carneirinho.

Em suas pregações, S. João exortava o povo a renunciar aos prazeres mundanos muito comum nos palácios do rei Herodes Antipas que havia incorporado à corte os costumes romanos. Ele também condenava o relacionamento incestuoso do rei com sua cunhada Herodíades, mãe de Salomé que dançou para o rei e, aconselhada pela mãe, pediu em pagamento a cabeça do profeta numa bandeja. Por este sacrifício em defesa da honra, S. João é considerado o primeiro mártir do cristianismo.

Segundo o evangelho de Lucas, S. João nasceu no dia 24 de junho, data próxima ao solstício no hemisfério Norte.

Para festejar a chegada do verão, os povos eslavos acendiam fogueiras e erguiam mastros enfeitados.

Possivelmente vem daí a lenda entre católicos de que Isabel prometeu a Maria que acenderia uma grande fogueira e colocaria um mastro para avisá-la sobre o nascimento do seu filho João.

Seja mito, lenda ou verdade não altera o fato de que S. João é venerado por toda comunidade católica e que a festa em sua homenagem, nos Estados do Nordeste do Brasil, é a melhor do ano pela variada riqueza cultural nas músicas, danças, culinária, e tradições folclóricas.

Entre essas tradições, duas se destacam verdadeiras pelo número de casos registrados:

- Se na boquinha da noite o dono da casa não conseguir acender a fogueira;

- Se qualquer pessoa, à meia-noite, não conseguir ver o próprio rosto na água da bacia,

ESSES MORRERÃO ANTES DO PRÓXIMO S. JOÃO.