Ainda me lembro bem; morávamos em Detroit ainda quando nossa filha fez 2 anos. Compramos para ela uma casinha de bonecas. Seus olhinhos vivos acompanhavam a montagem da casinha,  enquanto com precisão e paciência,  o Roque colocava cada pecinha  de acordo com o manual. Uma casa alta que caberia ela dentro!

Não sei quantas horas depois, lá estava a casa montada  e minha filha  dava gritinhos de alegria, iluminando nossa sala.  Se minha vida dependesse de um manual de instrução eu, certamente, não estaria aqui escrevendo essa crônica. Não tenho paciência com nada, e meu pensamento sempre vai além dos detalhes escritos para outro lugar do mundo. Nem o óbvio parafusinho consigo colocar no lugar certo, e muito menos o You Tube me salva.

Não sei porque esse tema dessa semana me reportou a esse momento.  Talvez porque uma xícara trincada -  se fosse considerada um acervo sentimental -  estaria nas mãos do Roque que, pacientemente , iria restituí-la de uma forma perfeita.  É assim como ele sempre conserta aqueles cacos de minhas  tempestades internas  e as transforma  em dias de sol e céu de brigadeiro;  com suas palavras calmas  sempre dá um jeitinho para que os meus pensamentos trincados sejam colados na hora certa. E como  retoque final, com  sua Super Bond,  ele muitas vezes recupera minha  segurança  e apazigua meus medos. Uma analogia perfeita.


 

 

Tema: Xícara Trincada (Crônica)

 

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 28/06/2022
Código do texto: T7547796
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