Estas sardas…
“Mãe, estas sardas vão sumir?
Sim, eu também tinha e as minhas sumiram com o tempo. “
Elas não sumiram, mãe.
E, talvez, nunca sumam.
Mas essas pintinhas, que tanto me incomodavam, na adolescência, hoje, são representações concretas de que você, sempre, esteve e estará em mim.
Talvez, não sejamos, fisicamente, tão parecidas quanto você gostaria.
Há quem diga que meu sorriso é seu.
Outros comentam sobre a semelhança do nosso olhar.
Mas são essas sardas que, despretensiosamente , nos conectam.
Elas não vão sumir, mãe.
Elas marcam a sua história.
Elas marcam a minha história.
Elas são marcas suas em mim.
Que a cada sorriso, a cada olhar ou a cada pinta que se faça ver nas maçãs do meu rosto, eu possa ter convicção da força da continuidade e (por que não?) da imortalidade daqueles que tanto amamos.