Não sou do tipo que eleva bandeiras, despretensiosamente. A não ser a do Brasil em copa do mundo. Julguem-me, mas amo aquela emoção da torcida, as camisas amarelas, um povo respirando futebol. Parece clichê, mas para mim, o Brasil é o melhor do mundo (e sempre será) no futebol, mesmo que alguns mitos tenham amordaçado a ideia do futebol arte e não sejamos campeões. Questionável, talvez, a supremacia do país quando tantos talentos se revelam pelo mundo. Mas, ainda sim, eu sou Brasil!

Ao contrário da moda que vem sendo ressuscitada nos últimos dias: o uso da calça de cintura baixa.

- Valha-me Deus! Como pode um modelo tão seletivo se tornar a paixão mundial? Das passarelas para as pinguelas!

Nada contra as portadoras de corpos estruturais magérrimos, aliás, militei muito contra o meu biotipo. Queria pernas finas, magreza extrema. Mas o corpo é consequência de uma série de fatores, entre eles, a genética, que imprime características peculiares, com dorso na ascendência. Inevitável ter um corpo imperfeito. Com padrões imprecisos e diferenças.

Mas falemos da calça de cintura baixa. É um modelo que a estética exige ossos à mostra, já que, dificilmente, uma pessoa sobrepeso ou normal (do ponto de vista das características da brasileira: cintura fina e quadril largo) caberia numa. Ou, aliás, vestindo-a como tendência de moda, seriam expostas as partes pouco mais avantajadas, entre elas, o famoso "cofrinho".

- Que Santo Onofre nos livre! Amém.

Além do mais, corpos saudáveis, deformar-se-iam, a partir da pressão frequente de certa área do corpo à essa nova moldura.

Levanto a bandeira da calça de cintura alta. Pouco apreciada pela juventude até bem pouco tempo e ressuscitada de forma surpreendente nos novos.

Mas sejamos coerentes, essa tal cintura baixa não é plural. É mais uma função seletiva que ataca a autoestima e imprime a ideia de necessidade iminente de ter um corpo magérrimo, anoréxico, ossos à mostra.

Será que diante do movimento favorável à ressurreição das calças de cintura baixa estaria também, a exigência de pertencemos ao modelo norte americano de beleza, em que, nas passarelas só cabem as finas?

Se sim, asseguro com bandeira na mão, a luta pelo direito de ter um corpo sadio, sem contudo, acabar com toda massa que tem nele.

Espero que seja só um surto modista, e passe. Pois deixaremos de ser o segundo país em cirurgia plástica no mundo e amargaremos a primeira posição da correção estética. As harmonizações já tem feito um bom estrago, diga-se de passagem, junto às sobrancelhas arqueadas.

E por falar nisso... Já fez sua lipo HD pra ficar cheia de gominhos feito a Gkay?

 

- Essa é modeladora pra tornar uma pessoa magra, nem serve!

 

- Abaixo à opressão: Cintura baixa, não!

 

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 07/07/2022
Reeditado em 07/07/2022
Código do texto: T7554568
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