CORDA BAMBA
Era imensa a alegria de todos quando foi anunciada a chegada do circo. Do grande circo Corda Bamba.
A pequena cidade de Rosa Branca ficou movimentada pela presença do circo, sendo o número de acrobacias a sua maior atração. Nela os irmãos Max e Maximiliano desfilavam proeza sobre a corda bamba. Era um momento de suspense, em que os acrobatas cruzavam- se em plena corda bamba com os olhos vendados!!
A tensão era imensa e o silêncio total,
interrompido apenas pelos aplausos da plateia que, em pé, assistia a descida dos artistas, que emocionados cumprimentavam- se no palco.
O público desconhecia o fato de na noite anterior os Irmãos circenses haverem discutido por motivo fútil. Não falaram- se mais, tendo seus corações enchido-se de mágoas e ressentimentos. Com esse sentimento ainda presente, entraram no picadeiro, subiram nas alturas e, desavenças a parte, deram cada um o melhor de si, protegendo-se mutuamente levaram o numero ao sucesso absoluto.
Agora em palco, o abraço é a prova de que os laços de confiança e da amizade, não são desfeitos pelas pequenas desavenças.
A simplista história acima nos reporta a situações em nossa vida, onde muitas vezes andamos na corda bamba e sozinhos nos debatemos, quando poderíamos ter ao nosso lado a palavra amiga, a compreensão e o carinho de muitos que, por melindres, mágoa e até por egoísmo nos afastamos. Nessa hora, e na solidão nos questionamos: até que ponto nosso ego nos deixa sozinho em plena corda bamba?