Cronicas de um Viajante do mundo

Era o ano de 1915, era filho de um dos maiores cafeicultores do país.

Mas a fazenda e o luxo não era o bastante para mim, o meu sonho era conhecer o mundo e toda a sua beleza.

Eu olhava da janela da Casa Grande e via os imigrantes recém chegados da Itália, Espanha e até mesmo do Japão e imaginava como era a cidade, ou povoada em que viviam antes de vir para o interior de São Paulo.

Ao sair após o Café da Manhã, eu peguei o cavalo e passeei pelo cafezal e encontrei Giuseppe, um homem vindo de Sicilia e ele abaixou a cabeça para falar comigo, mas lhe disse.

- Não precisa abaixar a cabeça, eu só quero saber como é o país de onde vem?

Giuseppe com um sorriso descreveu Itália como um país maravilhoso antes da Grande Guerra, e ele me dizia, a Itália é um país belo de história encantadora que infelizmente está sendo arrasada pela grande guerra.

Vi a lagrima em seu olho e o enxuguei, e Alejandro chegou até mim e descreveu Valencia com orgulho.

- Garoto, Valencia é belo como uma pintura os touros são bravos e só os valentes os dominam!

Eu fiquei maravilhado com a estória de Alejandro e me vi como um toureiro, depois de andar de cavalo pela fazenda e maravilhados com as estórias de cada funcionário eu resolvi da a volta ao mundo.

Ao entrar na casa sujo com terra, vi o meu pai com o charuto acesso e me disse.

- Esse é o futuro herdeiro da fazenda, vai comandar os outros com mãos de ferro e se tornar o Imperador do Café.

As minhas palavras foram um balde de água fria em seus planos quando eu lhe disse que iria dar a volta ao mundo.

Ele franziu o rosto de ódio e me bateu dizendo.

- Não lhe paguei colégios caros e lhe dei esse padrão de vida para dizer que vai ser um viajante de luxo.

Eu fui para o quarto e fiz as minhas malas e disfarçado peguei um cavalo , mas antes deixei um bilhete para o meu pai se despedindo.

Peguei o trem da meia noite para Santos e comprei os mantimentos e um barco de pequeno porte e iniciei o meu sonho.

Tudo estava bem por enquanto.

Enquanto isso na fazenda, meu pai viu o bilhete em cima da minha cama que dizia.

“ Meu pai!

Espero que ao voltar, mesmo que tenha me deserdado me perdoe.

Agradeço a tudo que tenha feito por mim, mas sai para ver o mundo!

Te Amo!

Assinado : Seu Filho!

O fazendeiro chorou, não só pela partida de seu filho ,mas por não ter tido a oportunidade de pedir perdão a ele.

Passado doze dias, o rapaz passou pela Argentina e Uruguai, no caminho do Chile o barco bateu em umas pedras e teve que parar em uma ilha.

A primeira coisa que o rapaz fez foi procurar por habitantes, mas este descobriu depois de três dias que a ilha era deserta, então resolveu racionar a comida e procurar água doce, com êxito.

O rapaz passou dois meses e a comida acabou e passou a procurar outras fontes de alimentação e sempre fazia sinalização para que um barco pudesse resgatá-lo.

Ele começara a pescar com êxito, e passou dois anos vivendo na ilha .

Até que se deu conta que não estava maduro para a viagem que fez as pressas, e deveria ter escutado o seu pai.

Mais tarde, um mês depois fora resgatado por um cargueiro brasileiro que por coincidência carregava as sacas de café da fazenda de seu pai.

O resgate foi noticia em toda a América Latina, e o reencontro de pai e filho fora emocionante.

Anos mais tarde, o filho fizera a volta o mundo de balão dessa vez acompanhado do pai, pois a primeira tentativa vez perceber que nem todos pode realizar o seu sonho sozinho.

Luis Eduardo Martins Garcia
Enviado por Luis Eduardo Martins Garcia em 25/07/2022
Código do texto: T7567315
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