Praia da Barra

Rio de Janeiro, 24 de Julho de 2022

Praia da Barra, posto 5

15:25h

Pertinho da saída de pedra que dá pro calçadão.

Certas coisas nunca mudam.

Eu disse essa frase algumas (muitas) vezes no último mês. Na verdade, no decorrer do último ano - Ironicamente dentre as inúmeras mudanças drásticas e irreversíveis acontecendo em basicamente todas as áreas da minha vida. A verdade é que muitas coisas mudam muito e mudam toda hora, inclusive eu: viver é perseguir um Alvo e a corrida faz com que eu constantemente deixe as coisas para trás e encontre novos ares. Graças a Deus por isso.

Me lembro de quando aprendemos os giros do Ballet e a coisa toda consistia em basicamente manter os olhos em ponto fixo e girar cada vez mais rápido até chegar lá. Manter os olhos fixos era a única coisa que não permitia que o desequilíbrio consumisse e que a trajetória não ficasse torta e fosse se desviando até terminar numa queda ou num lugar completamente diferente. Uma década de dança se tornou uma grande (e eficaz) fonte de metáforas.

Certas coisas nunca mudam - e eis a segurança que permite que a Terra continue girando sem sair do eixo. Em tempos de transição, segurar firme no que nunca muda é mais que necessário. É questão vital, de vivência e sobrevivência. Então, eu repito mentalmente a minha pequena lista de coisas tão certas como o Sol: Deus me ama. Eu tenho família. Eu tenho propósito. Vida Eterna. Não tô sozinha. Maranata. Vai dar certo!

Se eu esquecer o compasso dos giros ou ficar confusa em relação a trajetória, vou ter quem segure minha mão e redirecione meu olhar. Nós já fizemos isso antes - nos mais altos céus ou nas profundezas do mar, "ainda ali a sua mão me guiará e a sua destra me sustentará (...)". Mesmo que o mundo passe a girar ao contrário ou a tempestade seja forte o suficiente pra me fazer ter medo. Tô salva.