Nunca mais fomos vistos

Peguei um café, desses populares, com pouco leite, degustei devagar não corri desta vez apenas caminhei aproveitando as surpresas que o modo aleatório da plataforma de stream traziam até meus ouvidos através dos fones.

Trabalhei e treinei ( eu costumava odiar pessoas saudáveis), foi um dia comum mas com menos estresse e eu não esperava nada demais. Percebi de longe meu ônibus estacionado mas não me apressei, parei ali na intenção de esperar o próximo coletivo.

- Tem...

Retirei o fone e com e com uma cara de desânimo esperei minhas vistas se ajustarem a penumbra da calçada mal iluminada.

- Tem um cigarro?

Ele era lindo, mas eu não conseguiria descreve-lo de forma que pessoas entendessem, mas ele tinha a pele da cor do meu café com leite.

Uma pressa sucedeu-se enquanto minha face dava lugar a uma expressão leve de alívio.

Mas logo ele embarcaria e eu que já havia anunciado esperar o próximo fiquei, mas a forma como ele me fez rir e eu até arrisquei fazer graça e ele genuinamente riu e como ele me encarava com atenção alterando essa mesma atenção entre meus olhos e boca... Apertamos as mãos.

Nunca mais fomos vistos.