NÃO DEU TEMPO

A vida atarefada de secretaria em uma multinacional fazia Maria Clara ter uma agenda sempre lotada. O que muitas vezes a obrigava a fazer escolhas para melhor usar o tempo.

Mas aquele era um dia especial pois seus pais iriam comemorar cinquenta anos de casados em uma viagem para o exterior. A mãe ligou pedindo que os filhos estivessem no aeroporto para as despedida as dezesseis horas.

Maria Clara apronta o trabalho no início da tarde e quando está pronta para sair recebe a ordem da chefia para que o projeto seja apresentado á diretoria, no salão principal, às quinze e trinta.

O dever fala mais alto no coração da executiva e Maria Clara permanece na reunião. Não dando, portanto, tempo de ir até o aeroporto despedir-se. Levanta o olhar e através da vidraça avista ao longe o avião levando seus pais.

O celular toca, as dezessete e trinta, e a mãe desesperada conta da parada cardíaca que o pai sofreu, em pleno voo, forçando a aeronave a fazer um pouso de emergência, onde foi recebido o corpo do pai sem vida.

O arrependimento e o desespero tomam conta de Maria Clara. Pois não deu tempo de abraçar seu pai.

A história acima e toda a tristeza que a envolve, ocorre muitas e muitas vezes.

A temática de aproveitar o tempo que temos junto aos nossos queridos é bastante divulgada nos meios de comunicação.

Mas até que ponto colocamos em nossa vida o abraço e o aconchego familiar como prioridades? Até que ponto aproveitamos o agora , evitando dessa forma a triste justificativa de dizer que não deu tempo.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 08/08/2022
Reeditado em 08/08/2022
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