NOS LABIRINTOS DO MEU CORAÇÃO

Então ali estava eu. Sozinho, o coração inundado de saudade, uma melancolia suave a habitar em mim. E veio a brisa leve e fria de uma noite de outono a me bater. Fiquei pensando porque na vida as mudanças ocorrem sempre quando e como não queremos.

Calado, em profundo silêncio interior comecei a refletir sobre o que vai no coração dos homens. O que vai em particular, no meu coração.

Encontrei muitas respostas, mas não cheguei a concluir muitas delas comigo mesmo. Começo a ter certeza de que amar é muito imprevisível e não posso dar conta desse sentimento sozinho. Nem acompanhado. É grave!

Imaginei que um dia em minha vida alguém iria me amar de verdade. Acho que isso já aconteceu, mas também junto veio o desencontro, aquelas brincadeiras maldosas que a vida faz e afasta aos que se amam, porque um deles não consegue enxergar a tempo o que acontece.

Fiz um balanço dos abandonos que causei e dos que sofri também. Tive várias experiências tanto abandonando quanto ser abandonado. Sofri muito em todas elas, pois acho que não deviam ter acontecido. Cada abandono é um recomeço que temos de amargar, uma nova fase necessária de recuperar-se de toda a tristeza que passamos.

Se eu soubesse de toda essa maldade que a vida ia me fazer teria optado em ser um indivíduo só, completamente sem laços que me atassem às pessoas. Mas eu não sabia e, aliás, ninguém sabe até que comecem a acontecer encontros e desencontros na trilha de nossas existências.

Agora não tem mais jeito. Sou um ser presidiário da existência. Um indivíduo preso numa gaiola sem grandes, pois vivo perdido nos labirintos da certeza do meu coração, dos meus sentimentos.

02.05.2001

Sylvio Mauler
Enviado por Sylvio Mauler em 14/08/2022
Código do texto: T7582043
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