Amado, lido e adaptado

 

Dia 10 de agosto passado marcou os 110 anos do nascimento de um dos maiores escritores brasileiros, o baiano Jorge Amado. É, depois do fenômeno Paulo Coelho, o literato brasileiro mais vendido e traduzido no mundo, além de ser o autor nacional cuja vasta obra foi a mais adaptada para o cinema e a televisão.

 

Dentre essas estão Gabriela, Cravo e Canela (TV Tupi, novela, 1960; Globo, novela, 1975 e 2012), Capitães da Areia (Bandeirantes, novela, 1989), Tieta (Globo, novela, 1989), Tocaia Grande (Manchete, novela, 1996), Tereza Batista (Globo, minissérie, 1992) e Dona Flor e Seus Dois Maridos (Globo, minissérie, 1998). Este último teve sua versão cinematográfica pelo diretor Bruno Barreto em 1976 (imagem acima), um estrondoso sucesso que levou mais de 10 milhões de espectadores aos cinemas brasileiros, sendo por 34 anos o recordista de público no Brasil, até ser desbancado por Tropa de Elite (2010). Dona Flor teve nova versão na telona em 2017, dirigida por Pedro Vasconcelos.

 

Comunista até os 44 anos, foi eleito deputado federal pelo PCB em 1946 e foi autor da lei de liberdade religiosa no Brasil, visando beneficiar cultos protestantes e afrobrasileiros. Aliás, praticante de umbanda e candomblé por toda a vida, seus livros retrataram a existência das pessoas do povo de sua terra natal, sua cultura, sua condição econômica e sua religião. Devido sua opção política, foi exilado na Argentina e Uruguai (1941 - 1942), Paris (1948 - 1950) e Tchecoslováquia (1951 - 1952).

 

Além dos livros acima citados, podemos destacar ainda O País do Carnaval (1931), Jubiabá (1935), Mar Morto (1935), O Cavaleiro da Esperança (1942), Terras do Sem-fim (1943), Seara Vermelha (1946), A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água (1959), Tenda dos Milagres (1969), Farda, Fardão, Camisola de Dormir (1979), Navegação de Cabotagem (1992) e Hora da Guerra (2008).

 

Amado morreu na cidade de Salvador em 6 de agosto de 2021, pouco antes de completar 89 anos. Amado e imortal, não apenas por ter sido membro da Academia Brasileira de Letras, mas, sobretudo, pela literatura que produziu.

 

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se e fiquem com Deus.