A EXEMPLO DA REVOLTA DA CHIBATA

A EXEMPLO DA REVOLTA DA CHIBATA

A seu tempo, ficou registrado na história de nosso país o resultado de um motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira a 27 de novembro de 1910, motivada principalmente pela insatisfação dos marinheiros com os castigos físicos. Chibatadas eram dadas por oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros e mulatos. Um pouco diferente da forma na sua aplicação em relação aos castigos a que eram submetidos os marinheiros, hoje, são milhares de brasileiros que vem sofrendo com os constantes castigos empreendidos pelo STF e demais poderes da República. É muito sofrimento para um povo tão pacífico e ordeiro, em nada comparado com tantos outros países em que as reinvindicações são a ferro e fogo. Desta vez, será incluído na história de nosso país a exemplo da revolta da chibata, a revolta de sete de setembro proposta pela grande maioria dos brasileiros. Na verdade, estamos todos revoltados com as atrocidades de um sistema instalado no pais, onde os fora da lei agem como mandatários, “senhores feudais” – muito poder político, econômico e de poder de guerrilha – tudo declaradamente aos olhos da nação, mas, sem respostas, perduram, pois que faz parte dos interesses da ditadura de toga empreendida neste tempo. Juristas tem se mostrado revoltados com o desmanche da Constituição e a arbitrariedade na aplicação de punição ao arrepio das leis; Revoltados estão os jornalistas sérios que sempre trabalharam em favor do bem estar da sociedade – informando e atualizando o conhecimento; Revoltados estão religiosos ante as ameaças contra a religião e contra a fé cristã; Revoltados estão também os militares por ver tanto abuso de autoridade, esperando apenas pela manifestação popular, onde reiteradamente está sempre conclamando providência em defesa de nossos princípios cristãos – família, direito de propriedade e liberdade, ou seja, o direito de ir e vir, o direito de manifestação em defesa das ideias e formas de pensamento. Enfim, estamos todos revoltados! Já doeu demais, chega de chibatadas, o que se deseja é que as leis sejam respeitadas, que a Constituição brasileira seja respeitada e cumprida. Este sete de setembro é muito mais que uma manifestação patriótica, é uma manifestação de revolta, com disposição de resgatar o que pertence a todos os brasileiros que tem lutado a bem da nação e do seu povo – somos brasileiros, e esta terra é nossa! Quando menos se esperava, nesta semana da posse do novo presidente do STE, o que se aguardava seria um discurso de apaziguamento, mas o que se viu, foi uma tremenda provocação, uma arrogância acima de todos os limites de tolerância. Uma posse que deixou até mesmo o ex-ministro Marco Aurélio Mello revoltado, disse o ministro: “É costume o anfitrião receber com tapete vermelho os convidados, especialmente o dirigente maior do país. O discurso do empossado foi agressivo, em nada contribuindo para o almejado entendimento.” Portanto, o empossado não levou em conta a ética, fazendo de seus convidados, marionetes, bibelôs da corte, como se nada devesse a cada um deles, especialmente ao Presidente da República. O jornalista José Maria Trindade, comentarista da Jovem Pan, afirmou que nunca houve uma posse de presidente do Tribunal Superior Eleitoral com tamanha importância, já que o evento contou com a presença de ex-presidentes da República, ex-ministros de Estado, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e deputados federais e senadores. “É uma demonstração de força política do ministro Alexandre de Morais”. O analista também ressaltou que o tamanho do evento demonstra que o juiz será muito importante nessas eleições. “Mais importante, talvez do que a disputa eleitoral”, argumentou. Portanto, mais lenha na fogueira, constrangidas, as demais autoridades saíram da cerimônia de posse como se tivesse saído de um funeral. Mais frustrados e mais revoltados, fato que deixa no apelo deste sete de setembro, a exemplo da Revolta da Chibata, mais ânimo para transformar as ruas de todos os estados brasileiros num verdadeiro cenário como na revolução dos cravos que derrubou o regime dos salazaristas em Portugal – um cravo foi o símbolo e não as baionetas. Aqui, apenas a Revolta das Chibatas, como exemplo de quem não anda satisfeito com os desmandos no país, e quer ser ouvido. Aliás, isto representa apenas, o uso dos direitos garantidos pela constituição – uma manifestação reivindicatória do que pertence aos brasileiros, e não aos inimigos do Brasil.

22-08-2022