MUDA BOI

Era grande a alegria de Rosa Maria, no auge dos seus oito anos tudo era festa. Principalmente quando estava na companhia de Seu Afonso, homem maduro, que tornou-se pai com bem mais de cinquenta anos. A esposa Maria, morreu no parto ao dar luz a Rosa Maria. O nome da filha lembra as rosas que deixou sobre o corpo da esposa sem vida.

E assim Seu Afonso foi tocando a vida como pai e mãe da filha, que o acompanhava nas andanças e carreteadas, que fazia com sua carreta puxada por Petiço e Gavião, a junta de bois comprada na primavera passada.

Juntos e acangalhados iam mais dois outros bois, esses por não serem de uma primeira linhagem, seriam negociados no lugarejo de Muda Boi.

Nesse local, havia uma feira livre onde os viajantes, em sua maioria carreteiros, realizavam trocas de animais. Era feita ali mesmo a mudança dos condutores dos

diversos meios de transporte, sejam carretas, carroças ou charretes. Seu Afonso pretendia trocar a junta de bois por um cavalo e por um potro.

Ao chegar em Muda Boi, o carreteiro desce com com a filha, refrescam-se e tomam um copo de guarapa e comem bolo de milho, tudo novinho e feito no local.

Refeitos da viagem, pai e filha passeiam entre os corredores formados por vários tipos de animais.

Seu Afonso logo escolhe um cavalo com um pelo bonito e parecendo ser jovem. Quanto a Rosa Maria diverte-se entre os potros. Até que um lhe chama a atenção, seja por sua cor clara, ou por sua baixa estatura, mas na verdade o que mais despertou o interesse da menina foi, com certeza, o olhar atrevido do pequeno equino.

Feita a negociação, as trocas são realizadas. Contente com o bom negócio, Seu Afonso alisa as crinas do cavalo novo, enquanto Rosa Maria, segurando as rédeas do potrinho decide que seu nome será

Roberval...pra poder chamar de Robinho...

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 25/08/2022
Reeditado em 25/08/2022
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