Ao relento

_Meu texto de hoje

" Ao relento"

Eu passava pela rua dos Bancos, e via a moça que saía debaixo da ponte .

Certamente passou a noite ali,em um canto onde o mato esconde do rio.Tem o ar cansado dos desvalidos,dos excluídos,dos desgraçados.Tem o olhar perdido de um drogado, daqueles que remexem o lixo em busca dos componentes para a droga maldita .

Eu passava pela rua dos Bancos, e via a moça que saía debaixo da ponte.

Não lhe resta um traço de dignidade, quando sua estória de vida se encarregou de testá_la pelas mais cruéis situações A mesma moça eu verei passar pela minha rua, logo mais, pedindo um café,um trocado... Estará na " nóia",como dizem na gíria ,e passará o dia todo aqui e ali,sob o efeito da rua que é pai, mãe e casa dos desvalidos .

Eu passava pela rua dos Bancos,e via a moça que saía debaixo da ponte.

A Sociedade não se estrutura para abraçar os mendigos,os loucos da noite,as prostituídas das calçadas sob os prédios,as moças e meninas das ruas .Sobram tentativas, organizações,mas a Vida se impõe e consegue que as ruas ganhem os zumbis da noite. A estória de Vida sempre falará mais alto, pois contempla a causa de tudo.

Resta-nos a Piedade! Somos muito frágeis diante da miséria humana .Cabe a nós dirigir um Olhar em Oração para essas moças .

Resta-nos a Piedade!

Sigamos em Oração pelas meninas,pelas moças da noite, pelas mulheres em situação vulnerável.Deus ampare cada uma delas,como filhas do mesmo Pai.

Eu vi um enorme sofrimento nos olhos da moça, saindo debaixo da ponte…

Sororidade Contada em Prosa e Verso
Enviado por Sororidade Contada em Prosa e Verso em 27/08/2022
Código do texto: T7591921
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