Dependência

A vida é uma relação de dependência, tão vital por alguns momentos, que nem dá pra sobreviver sem o outro. A autonomia logo vem, mas nunca por completa..

Com o passar do tempo esse apoio/dependência começa a ser buscado. E aí profissionais de especialidades diversas começam a ser envolvidos. Tanto pode ser um professor, um médico, um fisioterapeuta, especializações diversas vão se impondo de acordo com as necessidades.

E é nessa procura para curar as diversas “dores”, que profissionais diversos vão passando e deixando as suas marcas de maneiras distintas. É só lembrar, por exemplo, das vezes em que se dependeu numa loja da ajuda de alguém com orientação específica sobre determinado produto. Ou mesmo de um servidor público, num processo burocrático, no desempenho de sua missão de servir.

Estenda um pouco mais essa busca e observe quantas especialidades passam nesse passeio. Comece a filtrar agora. Quantas dessas pessoas fizeram a diferença em algum momento de sua vida por unir tanto a cortesia como a resolução do problema, deixando até hoje uma agradável lembrança desse encontro?

Um bom exemplo é na dependência médica. Os mais velhos como eu, dão mais valor à saúde preventiva que os mais jovens, que buscam auxilio médico, em geral, cientes de sua “imortalidade”, quando algo lhes aflige. O idoso, ao contrário, se antecipa, passando os geriatras a serem “figurinhas fáceis” entre eles. Ocorre que, tanto num caso como no outro, o livrar-se da doença já começa na forma de condução da consulta. A maneira como a atendente lhe recebe, a atenção médica ao entrar no consultório, tudo isso faz parte do processo da “cura”. Isso sem falar no “efeito exemplo”.

Por ventura, entre as diversas especialidades que preciso para me manter em dia com a saúde, disponho de profissionais que agem assim, tornando-me assíduo na busca por seus serviços. Costumo, por exemplo, encontrar entre os pesos da academia, o meu clínico geral e cardiologista. Nas corridas matinais, na praia, sempre passa por mim, feito um foguete, a minha geriatra. E sempre que retorno às consultas, é “batata” que verifiquem a minha pressão e o peso. Alguém até poderia dizer, mas isso é básico. Pois é, mas são poucos os médicos que vejo ter esse cuidado em seus atendimentos.

Outro exemplo. Decidi fazer Pilates e andei em busca de profissionais. Peregrinei por três deles e me decidi por uma que nem era a mais barata, mas que fez a diferença no contato inicial. Nada de “vamos fazer uma aula experimental” antes mesmo de me conhecer e a minha necessidade. A anamnese foi a mais completa das que me lembro de ter feito. E só de me perguntar todas aquelas coisas e analisar detidamente os meus exames, eu já comecei a me sentir um pouco curado dos males que me fizeram procurá-la.

E eu tive que lembrar de meu pai que me ensinava com maestria: “se é pra fazer, que faça bem feito”. E assim são as “boas dependências” que os bons profissionais vão gerando. Em suma, a gente não passa despercebido aos olhos dos outros. “De tudo fica um pouco”.

Fleal
Enviado por Fleal em 30/08/2022
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