Pode-se afirmar que em 2006 constatou-se o principal parâmetro que levou a União Internacional da Astronomia (IAU) a remover Platão da lista de planetas é o simples fato deste não ser capaz de conduzir sua própria órbita. Sendo dependente de outros corpos celestes para influenciar seu trajeto, neste caso, Netuno, de um lado e, diversos objetos congelados no Cinturão de Kuiper do outro lado.

A definição original de planeta foi proposta por Galileo Galilei no século XVI, onde um planeta é um corpo geologicamente ativo, mas acabou esquecida com o passar dos anos e entre as décadas de 1910 a 1950, estudos astronômicos deixaram de se voltar a atenção para os planetas e, passaram a se ater a outros objetos.

Apenas na década de 1960, devido à corrida espacial entre as potências mundiais da época, é que o interesse mais pragmático retornou e, as pessoas começaram a usar estudos para descartar objetos inferiores a planetas, tais como luas, asteroides e cometas. 

Há exatos dezesseis anos, em 24 de agosto de 2006 uma decisão histórica fez com que os livros didáticos fossem retificados e reescritos. Pois, a União Astronômica Internacional decidira quanto à definição de Plutão que era o nono planeta do sistema solar e fora rebaixado para ser planeta-anão.

Importante informar que a decisão foi resultante de anos de intenso debate e havia um verdadeiro debate, com argumentos válidos. Alguns entendem que a categoria de planeta-anão representa a vitória do raciocínio científico, enquanto que outros cientistas e estudiosos defendem que o pequeno mundo nos confins do sistema social é demasiadamente essencial para não ser oficializado e reconhecido como um planeta.

Na época, em 2006 a votação envolveu 424 astrônomos, com Mike Brown, pesquisador de Caltech e anunciou oficialmente que Plutão não é planeta. Portanto, só existem oito planetas no sistema solar.  Ressalve-se que menos de cinco por cento dos astrônomos do mundo inteiro votaram.

De acordo com a nova definição, o planeta é o objeto que é esférico, orbita o sol, mas não é satélite de outro planeta e não compartilha sua órbita com nenhum outro objeto significativo. Mas, a polêmica continua, pois, Alan Stern, a resolução tomada é falha. E, a discussão tomou novo fôlego com a missão New Horizons, liderada por Stern. A sonda lançada em 2006, somente chegou à órbita de Plutão em 2015 e durante meses, estudou-se o planeta-anão e suas luas, proporcionando descobertas inéditas e sem precedentes.

Com as descobertas e revelações proporcionadas pela New Horizons em mãos, Stern e seus colegas de missão encabeçam a proposta de se fazer uma nova redefinição de planeta do Sistema Solar — mas o problema é que, de acordo com suas sugestões, se Plutão voltasse a ser um planeta, outros 100 objetos do nosso quintal espacial também seriam.

Esses objetos estão, principalmente, localizados no Cinturão de Kuiper, perto de Plutão. Essa região abriga objetos como Eris, Makemake e Haumea, que, caso a proposta de Stern seja aceita, se tornariam planetas oficiais. A proposta é definir como planeta "um corpo de massa subestelar que nunca foi submetido à fusão nuclear, e que possui autogravitação suficiente para assumir uma forma esferoidal, independentemente de seus parâmetros orbitais".

Para que Plutão volte a ser um planeta oficial, a IAU precisa, sim, rever suas definições, mas abraçando de maneira mais abrangente a comunidade astronômica internacional e colocando à mesa ideias mais precisas do que as apresentadas até o momento.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/08/2022
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