Minhas lembranças

Logo, que eu entrei na concessionária do Edson Farias para vender Golden Cross, logo depois do PAquela loura mal humorada, infeliz e mal amada, nunca obteve em sua vida o dinheiro que aquela pasta da Golden me proporcionou Eu amo vender!

A Golden que a princípio achei que eu ganharia pouco, ultrapassou e muito o que o consórcio poderia me proporcionar.

Quando você ama o que faz, faz de forma natural, é tranquila, vende mesmo sem querer vender.

Eu sou por natureza disciplinada, séria, quando eu vi que meu dia era livre para fazer o que eu quisesse, tratei de me impor regras, nunca desviar minha atenção para nada, meu foco era venda. Portanto nada de parar e olhar vitrine na rua, nada de desviar o caminho.

Estabelecida essa regra, eu trabalhei mui.

Eu deixava meus filhos em casa, isso dois muito e isso tinha de me trazer retorno, eu era pai e mãe.

Até os 4 anos de idade, meu filho mais velho Antônio Neto, corante Neto, chorava e dava escândalos quando eu ia sair de casa, eu tinha vergonha dos vizinhos. Fiz de tudo, expliquei, trazia presente, fiz de tudo e nada. Mas, uma matéria na tv me salvou...todos os dias eu ia almoçar em casa, eu que dava o banho deles, o almoço e colocava para dormir depois. Isso era muito precioso. Neto, demorava para ir para o banheiro, eu chamava e nada e sai, fui ver o que acontecia, neto estava diante da tv, com os olhos arregalados olhando uma reportagem na tv. A repórter entrevistava uma família que morava num buraco. A repórter perguntava porque e a mulher dizia meu marido não tem trabaio. Perguntava as crianças porque estavam com fome e eles diziam: meu pai não tem trabaio

Deixei que ele assistisse, viu tudo, depois foi comigo tomar banho e durante o banho ele me olhou e disse: mamãe tu precisa trabalhar para pagar o apartamento, a comida e tudo, né? E eu disse é, ele: pois de hoje em diante eu não choro mais, pode trabalhar, eu não quero morar num buraco.

Naquele dia, ele foi de mais dadas com o irmão me deixar na porta para eu ir trabalhar e me dava beijo e tchau, um certo ar de choro ..mas não chorava

Até hoje, agradeço aquela bendita reportagem! Que alívio era sair para trabalhar e não deixar choro atrás de mim.

Logo, quando eu entrei na Golden Cross, eu achei o contrato da Golden muito bom para o cliente. E, o plano empresa era maravilhoso. Eu comecei a visitar empresas.

Meu primeiro contrato de plano empresa do na construtora e imobiliária Pedro Mesquita. Fui falar com Pedro Silvio filho dele, casado na época com uma prima minha Dejada Palácio.

Sentei na frente do Silvio com o contrato da Golden em mais, uma via com ele e outra comigo eu fazia a leitura, cheguei ao fim e ele disse: eu quero, e eu disse assine aqui e aqui...as três vias de contrato. Ele puxou uma folha e colou o nome de 15 pessoas.

Quando comecei a andar nas salas e explicar o plano, logo na primeira sala, havia um funcionário estrábico e nome dele não estava na lista e ele disse: meu sonho é fazer a cirurgia. E, eu disse: deixe comigo. Fui na sala do Silvio de novo e eu disse: Silvio, o bichinho que corrigir os olhos e Silvio disse: coloque ele, depois outro funcionário também com problemático e lá fui eu para a sala dele de novo e ele disse: coloque tido mundo da administração.

Coloquei todo mundo, até a cozinheira que ficava lá embaixo

No dia da entrega das carteiras o gerente não me deixou entregar de mão em mão..

Eu sempre visto meus clientes para saber da satisfação, se tem dúvida, de sabe usar.

E, fui visitar a construtora dias depois, quando eu entrei na cozinha, a cozinheira estava com a perna toda engessada, coxa perna e tudo. Olhei para ela e perguntei: foi ao Antônio Prudente? (Nessa época era o melhor hospital daqui) ela me olhou e disse: pobre não passa nem na calçada de lá. Eu tirei da minha bolsa a minha carteira da Golden e perguntei: recebeu uma carteira dessas? Ela: sim, recebi. E eu perguntei: porque não usou? E ela disse: não sei nem para que serve. Expliquei a ela e subi , como diz o Zé modesto, com a cabeça dando fumaça e fui perguntar ao gerente como ele fazia isso ele reconheceu o erro e disponibilizou um carro para levá-la ao Antônio Prudente. Ela havia sido engessada errada e precisou de cirurgia para corrigir. Nesse momento, eu vi como o meu trabalho era importante! Como mudava a vida das pessoas

Eu me dediquei muito a isso, a levar uma vida melhor para as pessoas, mais dignidade.

Naquele mesmo dia, quando eu saí da construtora, eu já estava na calçada e alguém gritou o meu nome, virei, era o rapaz dos olhos estrábicos, me disse: eu queria lhe dar um presente. E eu perguntei porque? Ele: porque eu fiz a cirurgia. Como eu ia permitir isso? E eu disse: meu presente foi você ter feito a cirurgia, não se preocupe comigo, a Golden me paga muito bem

Depois, outros funcionários de outras empresas também fizeram isso, daí eu entendi que eu não podia recusar, desde que fosse algo simples. Certa vez, uma senhora me deu um perfume francês, e eu não podia aceitar que uma pessoa que ganhasse pouco me desse algo tão caro. E, eu disse: me dê um chocolate, isso não.

Ah! Merece contar kkkk eu fechei um grande contrato, mas vou contar do começo. Visitei por dois anos de tempos em tempos, todas as empresas do grupo Palácio de Queiroz, durante dois anos fiz isso. Quando o grupo foi fazer cotação de plano de saúde me chamou, apresentei a minha proposta.

Antônio Palácio de Queiroz eram primo muito querido, no dia que fui entregar a minha proposta a Ana Nery, por coincidência o Sr. Palácio passou por mim e me convidou a sala dele e levou a minha proposta da Golden Cross, quando lá chegamos ele disse: me fale sobre isso aqui. E, eu perguntei: Antenor,( assim a família o chamava( meus concorrentes vão vir aqui falar com você? Ele disse: não. Eu disse: pois eu posso me eximir de falar, porque a Golden é a melhor sem sombra de dúvidas.

Ele ficou surpreso e conversamos sobre as viagens dele, ri muito

No final, alguns diretores queriam Unimed. Ele disse: eu quero Golden Cross.

Um diretor dele disse a mim, que ele elogiou o que eu fiz.

Bom, eu sou honesta, jamais usaria do faro de ser meu parente para ser mais que meus concorrentes, a Golden de fato e de direto era a melhor.

Um Queiroz não anda fazendo esse tipo de coisa.

Foi o maior contrato que já tive a honra de fechar, 23 empresas de uma só vez.

Naquele tempo, dava trabalho fazer plano empresa, porque além de assinar contrato com a empresa, eu precisava preencher a proposta de cada funcionário, pegar assinatura, recolher documentação, depois fazer recibo para a empresa. Era demorado, ninguém preenche três mil propostas da noite para o dia, vai de empresa e empresa, fala com cada um, e isso leva tempo.

A regional Recife que me autorizou o preço , eu levei uns 15 dias para fazer tudo, isso veio a virada do mês. E, quando eu fui entregar o funcionário que me deu o preço disse: não posso aceitar, virou o mês.

Peguei tudo, partir para o Rio de Janeiro, pedi para falar com Dr. Milton Afonso, o dono da Golden.. coloquei por sobre a mesa dele tudo, contrato das 23 empresas, propostas de cada empresa e o os recibos e o cheque final, e perguntei: o que eu faço com isso?

Ele me perguntou porque e eu expliquei que o funcionário tal da regional não havia recebido pelo mesmo preço que me deu. Porque havia virado o mês.

Dr. Milton pegou o telefone e chamou Laurinha e disse: dê entrada nessas vendas pelo código da D. Celia, deposite esse cheque na conta da Golden e de um cheque aí portador de igual valor a D. Celia. E, disse: ligue para Recife e demita fulano, não quero ninguém atrapalhando as minhas vendas

Como respirei aliviada! Ao receber o cheque ao portador.... Mais ou menos era uns 180.000,00 a mão da gente coca, a alma fica inquieta. Laurinha não me disse que no quarto andar havia uma agência do Bradesco e eu não sabia.

Olhei o endereço da agência e peguei um táxi para lá, isso era 1988,cheguei na boca do caixa e apresentei o cheque. O rapaz ficou nervoso e falou alto: vai sacar isso? E eu disse: sem escândalos, me dê o dinheiro coloque num envelope grande e coloquei dentro da minha bolsa enorme. No táxi, eu reclamava do fato da gente pegar uma fila para retirar o nosso próprio dinheiro.

Cheguei no hotel e coloquei no cofre do meu quarto, no dia seguinte depositei na minha conta.

Mas, eu não queria gastar dinheiro, no dia seguinte fui ao shopping Rio Sul. E levei apenas 200,00 e deixei meu cartão do banco guardado no hotel

Mas, ao ver os brinquedos me arrependi ..e eu comentei, que pena que eu deixei o meu cartão no hotel a gerente disse: pode escolher o que quiser e eu mando deixar lá e faz o pagamento lá. E, assim eu exagerei nos presentes coisa que nem lembram, eram pequenos

Mas, já que ia um carro deixar minhas comprinhas, passei em outras lojas...

Foi muita compra!

Celia Barreira Queiroz

celia barreira queiroz
Enviado por celia barreira queiroz em 05/09/2022
Código do texto: T7599238
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