SALA DE ESPERA

Dois anos de casada e Maria Clara está ansiosa enquanto aguarda ser chamada para fazer o exame de gravidez. Deseja muito um resultado positivo e a realização do seu sonho: ser mãe.

Enquanto aguarda a jovem olha em volta na pequena sala de espera. São tantos rostos angustiados, preocupados e até triste pois muitos ali já prevêem um diagnóstico não favorável. Muitos temem por um filho e suas dores, as quais deseja não sejam sintomas de moléstias maiores. São universos pessoais com seus dramas particulares. Há medo na expressão de alguns, ao sairem do consultório com uma receita na mão.

Maria Clara, no aguardo e quase sonolenta, divaga sobre as outras salas de espera, que em diversas ocasiões precisamos usar, pensa nas respostas que aguardamos e na paciência que por tantas vezes tivemos e temos que ter. Pensa no tempo que essas esperas nos fizeram e fazem usar, tempo esso que poderia ter sido usado para o nosso lazer.

Mas a jovem sabe que tudo são escolhas e colheitas. Sabe que possuímos o tempo mas a priorização quase sempre é nossa. As constatações são muitas e Maria Clara assusta-se quando ouve o chamado da secretária: sua vez senhora...