E que se dane o rei

Veja só como é a vida, esse breve redemoinho de poeira que nos faz girar, girar e girar...

Trinta e três anos e finalmente, após todo esse tempo, estou saindo daqui, desse fim de mundo (Judas, não garanto, mas se der, levo tua bota!).

Trinta e três. Número simbólico, cabalístico. Não foi aos 33 que, dizem, Jesus morreu e logo depois ressuscitou? Pois bem, faço uso do símbolo: em breve morro para esse bairro, e, se tudo ocorrer como o esperado, ressuscitarei em outro lugar, respirarei novos ares; ares praianos.

Now so long, Marianne!

Adeus Jardim Fortaleza, adeus fortalezenses, vou me embora para minha própria Pasárgada! Lá também poderei andar de bicicleta, lá as ruas são planas, diferente das ruas daqui, que só pra descer que o santo ajuda. A morena também vai comigo, portanto, também terei a mulher que quero!

E que se dane o rei, não quero sua amizade!

Sei que vou morrer não sei o dia

Levarei saudades da Maria

Sei que vou morrer não sei a hora

Levarei saudades da Aurora.

Tiago Torress
Enviado por Tiago Torress em 14/09/2022
Reeditado em 14/09/2022
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