Mais brilhante que o sol

Sinhazinha era como a chamavam, sessenta e poucos anos nas costas, mas aquela senhora parecia bem idosa. Sua vida transcorreu em pura luta, na sua juventude conheceu o amor, parecia que seria para sempre, realizou seu sonho, naquela época as mulheres teriam que arrumar um marido, custasse o que custasse, aí estariam amparadas e depois de alguns filhos sentiriam realizadas, mas muitas decepções surgiam, porque os amantes calorosos no começo, de príncipes quantos deles viravam sapos.

Não foi diferente, a interessante senhora Sinhazinha passou um mal pedaço com o maridão, até que depois de três filhos, uma menina e dois meninos, o dito cujo se deu no pé, alegando muitas coisas: - incompatibilidade de gênios e tudo mais de desculpas pra tirar o time de campo.

Ao querer saber de sua vida com mais um pouco de detalhes, deparei com uma pobreza visível, mas na sua casa bem limpa e uma organização genial. Seus filhos já grandinhos, adolescentes, quase chegando na juventude, eram leais, comportamento até mesmo exemplar, prova de uma boa educação. Entretanto, na senhora Sinhazinha podia notar que seu corpo carregava uma enfermidade terrível, algumas feridas e de fato podia notar que ela sentia dores terríveis. Ela adivinhando o que eu queria perguntar, mas não me atrevia, adiantou me dizendo:

--- minha vida não posso maldizer, tem hora que peço ao Nosso Senhor Jesus me tirar deste mundo, mas ao mesmo tempo arrependo e digo:

--- oh! Senhor, me perdoe, o meu sofrimento nem chega perto do que o Senhor sofreu por nós, me ajude somente a suportar e a minha ida seja quando quiseres, o que mais desejo é a felicidade dos meus filhos, meus amigos e até se por ventura tiver inimigos, não desejo a infelicidade deles também.

Eu na função de interlocutor, me senti um verme um animal insignificante perto daquela mulher. Naquele instante as minhas dores na coluna, na lombar, na ciática, parecia nada comparando com as dores de dona Sinhazinha. Talvez ninguém que me lembrava, nem a Princesa Diana, com todo seu carisma, beleza, luminosidade que se apagou num piscar de olhos, em vida sempre dizendo ser infeliz, em sua infância viu sua mãe se afastando e depois desapareceu, talvez seria a única lâmpada que iluminaria sua vida, Nem a Rainha Elezabeth com toda sua pompa sua riqueza imensa, alguns dizia que era bondosa, seu brilho durou um pouco mais, vai se apagando aos poucos, agora aquela mulher Sinhazinha, sua luminosidade parecia eterna, mais brilhante que o sol, não muito mais brilhante que todas estrelas nesse universo imenso. Dá pra concluir que realmente o amor verdadeiro incondicional em algumas pessoas consegue iluminar os caminhos de muitos mortais nesse mundo às vezes estranho, até medonho.

Depois disso, não mais atormentava tanto os horrores que a história conta muitos seres humanos por pura maldade deixaram imensidão de humanos numa infelicidade sem fim.

Eu tinha ouvido falar que o amor nunca seria derrotado pelo ódio, queria sair dali pregando aos quatro cantos do mundo, sabe o quê?

NOSSA! AINDA DEVEMOS TER ESPERANÇA!!!...