BUENAS, TCHÊ !

BUENAS, TCHÊ !

"De saudade se vive, /

de saudade se morre..."

SÔNIA BARRETO - 1955/RJ

(trecho de poema, em livro)

Só soube ontem, pelo Facebook e pela filha... o professor Nelson Hoffmann se foi, partiu, morreu e já faz ano e meio que meio que isto sucedeu. Não derramei "lágrimas de crocodilo" pela notícia, tenho a sensação de que "lá em cima" é bem melhor do que neste "vale de lágrimas", com seus eternos problemas, de decepções, desilusões amorosas ou financeiras e falsos amigos, que nos faltam quando mais precisamos deles, mais contamos com seu apoio. Não tenho esse problema porque passei a vida fazendo poucos amigos e, estes, são sinceros e me ajudam mesmo sem eu nada lhes pedir, incluindo na lista 2 sobrinhos.

Quem seria o tal professor ?, se pergunta o leitor que me acompanha até aqui ! Era excelente escritor, contista dos bons, dominando Inglês e Francês e suponho que ensinasse Português lá nos confins do Rio Grande do Sul, na fronteira com a Argentina. Por obra do Destino -- e pelas mãos de um conterrâneo, João Griebeler Weber -- acabei por conhecê-lo e ousei pedir-lhe que prefaciasse meu futuro livro de contos, o primeiro, eu ainda "verde" como escritor. "Não tugiu nem mugiu", diriam os antigos... não só prefaciou em breves semanas como me encheu de elogios, findando por um "SOU SEU FÃ" que me deixa sem graça ainda hoje mas que, somente agora, faço merecer.

Puta merda, o prof. Nelson se foi... tanta fruta podre, tanto "verme" tanto "vaso ruim" e quem parte é esse valor ímpar da Cultura e Literatura gaúchas, cuja qualidade ainda está por ser desvendada, (re)conhecida. Sim, estou deverasmente triste... era meu sonho lhe enviar obra recente minha -- a ser prefaciada pelo crítico literário Tom Farias -- ou, quem sabe, o que seu amigo de longa data Enéas Athanázio prometeu analisar. O "longínquo" "QUASE NADA..." que Nelson aprovou em 2000 ficou "meio fora de moda", há nele situações ou passagens que seriam "crucificadas" atualmente, mas cujos comentários eram permitidos (ou não condenáveis) naquela época.

NELSON HOFFMANN "se foi"... para um Céu de anjinhos luminosos cantarolando em honra ao Criador, segundo nossa Santa Madre Igreja, ou para "um Éden de 7 planos" com vida semelhante a da Terra, conforme romances espíritas psicografados. De uma forma ou de outra, partiu chateado comigo, por duas ou três piadinhas idiotas que fiz ao longo de nossa troca de correspondência. Já no início (em 1990?) afirmei que seu sobrenome "gastava" meio alfabeto. Não achou graça, o humorista da família sempre foi meu irmão gêmeo Renato. Adiante, após 2 operações do coração debilitado, ousei perguntar-lhe, em tom de gracejo, "se ainda estava vivo"... foi a gota d'água em nossas relações. Porém, êle CONTINUA VIVO em meu coração e prometo (re)encontrá-lo em algum lugar, "além do Sol, além do mar", se Deus quiser !

Descanse em paz meu professor de vivência, MESTRE de tantos por 4 ou 5 décadas. BUENAS, TCHÊ, nos veremos em breve. Saudade eterna do amigo !

"NATO" AZEVEDO (em 29/set. 2022, 3hs da madrugada)