Diário de Bordo (o Liber Novus, a Pré-cognição e.a insanidade das guerras)

Diário de Bordo (O Liber Novus, a Pré-cognição e.a insanidade das guerras.)

Na sexta-feira deixei os meus dois powerbanks para recarregar na casa do Curuja, indo recolhe-los no sábado pela manhã - numa sábia manobra para evitar o barulho ensurdecedor da bregadeira que rola diuturnamente nos finais de semana.

Hoje, neste domingo banhado generosamente por um afoito sol de Primavera, peguei do Liber Novus, (o famoso Livro Vermelho) uma leitura caudalosa a que venho me dedicando nos últimos dias.

A leitura desse livro pleno de convites à introspecção, tem me feito ter sonhos ainda mais vivos e aterradores do que usualmente costuma me acontecer. Dentre estes sonhos trago aqui dois que considerei como eventos de Pré-cognição: o primeiro deles me mostrou uma bela (belíssima) cadela negra, de pelo luzidio e aveludado, de olhos grandes e inocentes, que mordia a minha mão direita, como se a quisesse devorar. Já o segundo sonho foi ainda mais apavorante, e ocorreu dois dias após o primeiro; nele, eu via três mísseis nucleares táticos voando e depois atingindo o solo, do qual subia uma fumaça enegrecida em forma de cogumelos...

Contrapondo estes sonhos (o primeiro relacionado a minha vida afeitiva pesoal, e o segundo com o contexto da gueera na Ucrânia) com a realidade objetiva, me vi na necessidade de ser bem mais cuidadoso e racional com o meu entorno, além de torcer fervorosamente para que a loucura da guerra não jogue todos nós no borbulhante caldeirão do Inferno.

Até mesmo eu, aqui neste meu retiro paradisíaco, me sinto ameaçado por esses homens de ego inflado e doentio que levam seus povos a guerra. E me espanta muito quem apoia este ou aquele lado dos envolvidos na contenda, alguns o fazem de maneira inequívoca, e outros de forma hipócrita e disfarçada, pois como já enfatizei, não existe guerra justa para mim: todas elas são injustas e criminosas, sendo ainda mais injusto e criminoso quem dá início às mesmas.

Aqui, enquanto escrevo este texto eivado de pressentimentos catastróficos, ouço dezenas de pássaros a revolutear sobre a minha cabana, e uma voz suave tenta me acalmar, trazida pela brisa que sopra mitigando o calor desta manhã de domingo.

Terras de Olivença, manhã do segundo domingo de Outubro, dia de Lua Cheia, do ano da Graça (...) de 2022.

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 09/10/2022
Código do texto: T7623639
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