Limites invisíveis (II)

Quando compreendemos que nossos superiores (na hierarquia do mundo do emprego) são igualmente subordinados e os superiores deles também se submetem às ordens que devem acatar caso desejem manter seu pão de cada dia, percebemos a espessura e o material de que são feitas as correntes (normativas, morais, legais etc.) que exercem um poder dissuasivo sobre nosso menor desejo de nos rebelarmos, sob a pena de perdermos o nosso ganha pão. Essa relação hierárquica de poder decrescente é alimentada automática e dioturnamente. E não é exclusiva de regimes políticos capitalista ou comunista. Simplesmente está presente em todos os regimes políticos.

Nossos superiores – em alguns casos – têm, portanto, seus movimentos legais limitados pelas leis que regem o sistema. Logo, embora alguns deles concordem conosco em grau, gênero e número, são obrigados a obedecer.

 

Esse meu papo iria muito além se eu não parasse por aqui – contudo, lembrando a sábia e pertinente observação de Rousseau: "o homem nasce livre e em toda parte se encontra acorrentado."

 

Vida que segue (sob as rédeas de outros fantoches cujos movimentos são controlados por outros fantoches...).

 

Não vai passar. Permanecerá nisso. Quosque tandem? Per secula seculorum!