Sobre Homens e Bandeiras

Hoje elas estão por todos os lados, as bandeiras do Brasil. Vi uma agora a pouco no capô de uma caminhonete Hilux que parou na faixa de pedestre em frente ao Mercadão Municipal. Faixa elevada. Vi outra ontem em um Volkswagen velho que furou o semáforo da Avenida Virgílio de Rezende, atrás das três escolas e que quase bateu em uma motocicleta.

No domingo da eleição estava eu indo votar, quando um comboio de veículos, com a bandeira nacional sobre o capô simplesmente avançou na minha frente, e eu, que estava na preferencial, tive que parar bruscamente para não colidirem em mim, correndo risco de colisão traseira daí.

Então! De que adianta ostentar no carro a esplendorosa bandeira do Brasil e passar por cima dos outros com hostilidade?

“Cidadãos de bem” que não conseguem localizar a seta em seus próprios carros! Aqui foi uma ironia.

Gente que estampa a bandeira verde-amarela no capô, mas que buzina feito louca, que cola na traseira do veículo que vai na frente, professoras que, com a bandeira do Brasil empunham a saudação nazista na sala de aula, empresários que só doam marmita pra professos eleitores do seu mito.

Hoje em dia é assim, pelo nível de barbárie e de grosseria você já sabe até em quem a pessoa vota.

Senhores, vocês sequestraram o pendão do meu país para desonrá-lo com seu avacalhamento, e exigem como resgate a reeleição daquele que vos representa perfeitamente em sua falta de educação. Vocês todos “machos tóxicos”, “agrotrogloditas”, falsos evangélicos do MEC que guardam barras de outro (pasmem!) dentro da Sagrada Bíblia! Milícia do ódio que ressuma escândalo por todos os poros.

Devolvam o Lábaro do meu país. Ele não é de vocês. Ou então façam melhor:

Voltem para a primeira série do primário e aprendam o o beabá de civismo e convivência em uma sociedade plural antes de expor a nossa bandeira. Pois vocês não sabem o valor que ela possui de fato, nem as pessoas que já morreram defendendo-a de repressores como Brilhante Ustra.

Que assim possa brilhar a nossa flâmula de fato.

Atenciosamente,

Pedro Leite Júnior