O shopping center é o templo de culto à mercadoria e, nasceu nos EUA na década de 1950. São espaços privados, tecnicamente planejados para a supremacia da compra. Nesses centros, contudo, é muito mais do que mercadorias, serviços, alimentação e lazer. Adquire-se distinção social, sensação de segurança e ilusão de felicidade e de plena liberdade. A exaltação ao consumo e lazer alienado, excluindo a dura vida real, deixando de fora a cidadania ativa e a prática da vida pública. Atualmente, o shopping center é concorrente com a televisão e o computador entre as atrações mais citadas pelas camadas mais privilegiadas da sociologia como preferências de ocupação do tempo livre. O shopping foi criado para oferecer solução aos problemas da cidade onde reinam os desajustes, desigualdades, contradições e muitos imprevistos. Afinal, contém outra realidade construída artificialmente, o mundo de dentro, absolutamente asséptico e isento de fatores que agem no mundo de fora, tais como chuva, frio, mendigos, pedintes, crianças abandonadas, trânsito caótico, poluição e, paradoxos do capitalismo tardio. O shopping center é hoje um dos empreendimentos mais rentáveis no mundo e apresenta uma das maiores taxas de crescimento em todo mundo. E, atende bem a cultura do consumo que se instalou no Ocidente no fim do século XVIII e negocia mercadorias e outros valores que trazem distinção social. A cultura ocidental, infelizmente, negligenciou o belo ao reduzi-lo a algo apenas decorativo. A ditadura da imagem venceu a ditadura do conceito e da ideia que padecem de unilateralidade e da falta abordagem poética e artística. Precisa-se, urgentemente, de prateleiras poéticas.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/10/2022
Reeditado em 21/01/2023
Código do texto: T7630426
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