O cheiro de relva

E em meio ao contraste desta “cidade de pedra” ainda consigo parar.

Eu paro e consigo recordar aqueles bons e velhos tempos.

Mesmo dentro de um trem da CPTM ou de um metrô lotado.

Ou ainda em meio a um trânsito infernal em São Paulo.

Eu ainda consigo lembrar aquele cheiro de relva todas as vezes que por aqui chove.

Lá isso era possível sentir logo de manhã bem cedinho.

O cheiro de relva molhada pelo orvalho da noite passada.

Ele trazia o cheiro da terra molhada.

O cheiro das plantas e flores.

E o cheiro da chuva.

O verde das matas.

O perfume das flores.

O céu azul.

O sol escaldante do meio dia.

Á noite o cheiro da “dama-da-noite” perfumando o ar.

E o "bem-te-vi" madrugador com seu canto anunciando o novo dia.

Revoando toda a mata.

E o uivo do “cachorro do mato”.

O canto do galo parecendo um “despertador”.

Quem morou sabe que não há lugar tão lindo como o meu sertão.

Em cismar aqui sozinho á noite mais prazer encontro eu lá.

Na minha terra ainda canta o “sabiá laranjeira”...

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 18/10/2022
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