A crise de autoridade
 

           Há momentos na sociedade, em que se suscita o tema sobre a autoridade. Atualmente muito se fala desse assunto, presente em casa à presidência do país, como também até em sala de aula, sem que a professora ou o professor consiga ser respeitado, diante de três dezenas de alunos. Existem várias razões para que isso aconteça. Quando a razão maior não existe naquele em quem estaria tal responsabilidade, logo se verifica que lhe faltam os talentos e habilidades para que imprima respeito diante daqueles que deveriam receber seus serviços de liderança. Também, por distúrbios desde pequeno, formam-se uns que, em qualquer circunstância se sobressaem como desfazedores da autoridade do momento. Esses cresceram quebrando vidraça, louças, e até brinquedos sem parar, desobedecendo as advertências do pai ou da mãe: “Não faça isso, meu filhinho”; e ele quebrando as coisas, sem parar. Cresce assim, quebrando coisas maiores, violento adulto, especializado em destruir instituições ou entidades, que se caracterizem pela ordem e pela organização.
          A Filosofia chama a verdadeira autoridade de “autoridade ontológica” que, por si só, impõe-se e obtém respeito da consciente maioria, em silêncio ou falando, numa rápida demonstração que domina conhecimento sobre o assunto, para o qual se torna autoridade, ou definidora, ou conclusiva ou conciliadora. Esse destaque incomoda quem quer tomar o seu lugar, logo pronunciando diatribes, com pronunciamentos críticos e injuriosos em relação à verdade objetiva. Mentir sempre se consagrou a grande arma desses invejosos embates, saltando os limites dos fatos reais e verdadeiros. Tais perfídias têm sido objeto nas redes sociais, na TV e no rádio, como também em pequenas reuniões. Logo se percebe, na cara do desrespeitador, o perfil do impróprio à circunstância. Tal perfídia no linguajar comum: “sou sincero”. Esse é gente a que “não se dá respeito”. A sinceridade, assim, é aquela que revela as más qualidades de si própria. 
          Num seminário que fiz, em 1981, em Paris, estudou-se o Fundamento Natural da Autoridade, contrapondo-se à “Crise de Autoridade”, na atualidade. Os consensuais resultados chegaram à conclusão que a verdadeira autoridade é aquela, espontaneamente, escolhida para ser exercida, de acordo com as necessidades sociais e com o conhecimento das qualidades inerentes à função a que se destina. O que carece de se fundamentar na “autoridade moral”, que segundo os costumes, é a autoridade que preserva os valores. Quem exerce autoridade deve ser um protótipo praticante desses valores e com a mente aberta às necessárias renovações, sem o modismo “do inovar por inovar”, aventurando caminhos que contradizem as já consagradas e eficientes estradas. Nesse sentido, as autoridades que, sabiamente, experimentaram a realidade da vida e das suas administrações, sem luta das idades, estão mais aptas ao discernimento do que é mais vantajoso para o Bem Comum.
          Na próxima semana, o leitor eleitor estará diante de autoridades eleitorais. Haverá leis a cumprir, contrariando qualquer iniciativa desautorizada que queira deturpar o estabelecido. E, por nossa vez, deveremos escolher duas magnânimas autoridades: o Presidente da República e o Governador do Estado da Paraíba. Não há tempo para titubear ou ficar em dúvida. Devemos eleger uma “autoridade sã”, preconizada desde Rousseau, Hobbes e Locke, que garanta a prática do Bem Comum, de acato aos poderes constituídos, de satisfação das nossas necessidades e de agrado ao bem-estar do povo desse nosso país e deste nosso Estado.